'Uma fotografia é sempre uma imagem de algo. Esta está atrelada ao referente que atesta a sua existência e todo o processo histórico que o gerou. Ler uma fotografia implica em reconstituir no tempo seu assunto, derivá-lo no passado e conjugá-lo a um futuro virtual.' (Roland Barthes)
A discussão sobre o uso da Fotografia é precedido pela tentativa de compreender sua imagem. Estudos históricos sobre fotografia iniciam por volta de cem anos após sua invenção, já os teóricos parecem iniciar no pós-guerra. A principal teoria nestes estudos está vinculada à semiótica.
Os estudos iniciais da Fotografia preocupam-se com o problema da iconicidade, ou seja, o potencial de sua imagem e o caráter de seu realismo. Walter Benjamin – A obra de arte na era de sua reprodutibilidade técnica – revela uma preocupação com a modificação da recepção da Fotografia e do cinema, em relação aos meios tradicionais da arte.
Roland Barthes, por sua vez, trata da Fotografia como meio. Seu livro sobre Fotografia – Câmara Clara – possui um ponto de vista fenomenológico e utiliza elementos da psicanálise lacaniana.
A fotografia vista em seu significado da imagem, tem estudiosos do campo da semiótica, como Lúcia Santaella e Winfried Nöth. Para estes autores, a fotografia tem outros elementos a serem considerados. São eles: o fotógrafo, como agente; o fotógrafo, a máquina e o mundo, ou seja, o ato fotográfico, a fenomenologia desse ato; a máquina como meio; a fotografia em si; a relação da foto com o referente; a distribuição fotográfica, isto é, a sua reprodução; a recepção da foto, o ato de vê-la.
A fotografia, enquanto tecnologia de confecção de imagens, atrai o interesse de estudiosos, cientista e artistas e profissionais em diferentes áreas do conhecimento. Cientistas, como Eadweard Muybridge, a utilizaram para registrar seu estudo sobre a locomoção humana e animal (1887). Artistas exploraram aspectos diversos, como o movimento pictural. As forças armadas, a polícia e as forças de segurança usam a fotografia para vigilância, identificação e armazenamento de dados. Fotografias aéreas são utilizadas para levantamento do uso da terra e planejamento de uma determinada região.
Por outro lado, a fotografia pessoal, familiar, teve bastante uso até a difusão massiva das cameras Kodak. O processo era caro e se restringia a grandes famílias. No Brasil, o personagem "lambe-lambe" torna-se conhecido nas praças das cidades.
A partir da I e II Guerra Mundial a fotografia passa a ser vista como meio de recorte da realidade, sendo muitas vezes tratada como prova incontestável. É nesse contexto que nasce o fotojornalismo e, em consequência, a fotografia documental. Observa-se, a partir de então, a crescente utilização da fotografia documental em exposições e publicações de livros.
No fotojornalismo a informação é imprescindível. Nesta categoria há fotografia, inclusive, que impactaram o mundo. Na fotografia de imprensa a fotografia pode exibir toda a sua capacidade de transmitir informações. Existem, basicamente, quatro gêneros de fotografia jornalística:
as fotografias sociais, incluídas aqui a fotografia política, de economia e negócios, e as fotografias de fatos gerais dos acontecimentos da cidade, do estado e do país;
as fotografias de esporte, nas quais a quantidade de informações é o mais importante e o que influi na sua publicação;
as fotografias culturais que têm como função chamar a atenção para a notícia, antes de ela ser lida.
as fotografias policiais, que reflete, em geral, a exploração do sensacionalismo.
Leia também sobre: Imagem tecnológica Fotografia analógica Fotografia digital