Módulo III - Experimentação
Abordagens de arquitetura
Os nós de um diagrama podem ser estruturados de diferentes formas. A arquitetura desse diagrama irá determinar o fluxo da informação no material. Existem muitas formas de estrutura de diagrama, porém pode-se generalizá-las em quatro classes: hierárquica, matricial, orgânica e seqüencial.
A estrutura seqüencial, ou linear, é o tipo mais básico de arquitetura de informação. Essa estrutura é de simples manuseio para o usuário, pois trata-se de um tipo de experiência conhecida de outros meios com livros, áudio e vídeo. Para web, o tipo seqüencial é mais comumente usado em estruturas pequenas. Em maior escala essa estrutura tendem a limitar-se a aplicações instrucionais, onde a ordem apresentação dos conteúdos é importante para atender as necessidades do usuário (GARRETT, 2003). Filatro (2008) afirma que esse tipo de estrutura força o aluno a cumprir uma seqüência predefinida, limitada a avançar ou recuar. Nesse caso a aprendizagem é dirigida e o sistema, de certa forma, tem controle sobre o aluno. A Figura 16 apresenta o modelo de estrutura seqüencial.
Figura 16: Estrutura seqüencial
Fonte: Garrett (2003)
Na estrutura hierárquica, também chamada estrutura e árvore ou em leque, os nós são organizados de acordo com seu relacionamento uns com os outros. Essa estrutura é a mais comumente usada devido ao conceito de relacionamento hierárquico ser de fácil compreensão por parte do usuário e, também, porque os computadores tendem a trabalhar dessa forma (GARRETT, 2003). No caso de um MED, a simplicidade dessa estrutura permite escolhas ao aluno sem risco de desorientação (FILATRO, 2008). Na Figura 17 pode-se observar a estrutura hierárquica clássica.
Figura 17: Estrutura hierárquica
Fonte: Garrett (2003)
A estrutura matricial, ou em mapa ou rede, permite ao usuário se mover de um nó ao outro em duas ou mais dimensões. Esse tipo de estrutura é freqüentemente usado para permitir que usuários com diferentes interesses naveguem pelo mesmo conteúdo, porque cada interesse pode ser associado a um eixo da matriz. Por exemplo, se alguns usuários preferem procurar um determinado produto pela cor, enquanto outros preferem buscar pelo tamanho, a matriz pode atender a ambos os grupos. As matrizes são mais freqüentemente construídas em três dimensões, isso porque é difícil para o cérebro humana visualizar o movimento em quatro ou mais dimensões (GARRETT, 2003).
Para Filatro (2008), a estrutura matricial, típica ao hipertexto, revela a riqueza de interação do documento e permite ao aluno escolher o próprio caminho. Contudo, um número exagerado de links pode distrair e sobrecarregar o aluno por exigir a todo momento uma nova tomada de decisão navegacional. A Figura 18 demonstra a estrutura matricial.
Figura 18: Estrutura matrincial
Fonte: Garrett (2003)
Já a estrutura orgânica, também chamada rizomática, é construída sem base em qualquer padrão. Nela, os nós são conectados caso a caso e a arquitetura não tem um conceito de sessões (GARRETT, 2003). Essa estrutura é semelhante a um rizoma – caule subterrâneo que se espalha em toadas as direções, sem eixos centrais ou principais (FILATRO, 2008).
Para Garrett (2003) a arquitetura orgânica é adequada a exploração de tópicos cuja relação não é clara ou está em evolução. Porém essa estrutura não provê ao usuário o senso de localização na arquitetura. O autor considera essa estrutura própria para casos onde se deseja encorajar o sentimento de livre exploração, em sites educacionais ou de entretenimento, por exemplo. Entretanto, isso pode representar uma dificuldade se o usuário necessitar encontrar o caminho de volta para alguma parte do conteúdo.
Filatro (2008) considera como elemento diferenciador da estrutura orgânica o fato de que, enquanto nas outras formas de arquitetura o usuário trabalha dentro de um espaço limitado e predefinido, nessa há espaço para transformação. Exemplos disso, são as propostas de interação onde há espaços para inserção de mensagens, comentários e mecanismos para incorporação de novas informações ao material preexistente. Os cursos baseados em comunidades virtuais de aprendizagem ou que possuem ferramentas como blogs e wikis podem ser considerados de estrutura orgânica, pois todos os pontos podem ser conectados entre si e a proposta original aceita a contribuição dos participantes. A Figura 19 apresenta um exemplo de estrutura orgânica.
Figura 19: Estrutura orgânica
Fonte: Garrett (2003)