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Exames de Modelos

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Os modelos de gesso constituem a melhor maneira de se avaliar a diferença entre o volume dental (espaço requerido- ER) e o espaço disponível no osso basal (espaço presente- EP). A esse procedimento dá-se o nome de cálculo da discrepância de modelos (DM).


A discrepância de modelos pode ser feita na dentadura mista ou permanente, a diferença está na forma de obtenção do espaço requerido (ER), sendo o espaço presente (EP) medido da mesma forma em ambos os casos.



O EP é o valor do tamanho do osso basal em milímetros, compreendido entre mesial do 1º molar permanente de um lado à mesial de 1º molar permanente do lado oposto. E o ER corresponde ao somatório do maior diâmetro mésio-distal dos dentes permanentes localizados de mesial do 1º molar permanente de um lado à mesial de 1º molar permanente do lado oposto.


O espaço presente pode ser medido com fio de latão ou compasso de pontas secas. A medição do EP com compasso de pontas secas pode ser feita da seguinte maneira:


  1. O espaço presente pode ser medido através do uso de fio de latão que deve ser contornado passando pelo centro das coroas dos dentes, contornando a forma do arco dentário e vai da mesial do primeiro molar permanente de um lado até a mesial do molar permanente do outro lado. Após deve-se esticar o fio de latão sobre um régua e medir o valor final em milímetros.

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  3. Utilizando-se o compasso de pontas secas a medição pode ser feita dividindo o arco dentário em 4 seções:


    1. da mesial do primeiro molar permanente a distal do incisivo lateral;
    2. da distal do incisivo lateral a mesial do incisivo central;
    3. da mesial do incisivo central a distal do incisivo lateral;
    4. da distal do incisivo lateral a mesial do primeiro molar permanente.

    Avaliação do espaço presente
    Figura 2: Avaliação do espaço presente por segmentos, segundo Graber

  4. Alguns estudos sugerem a avaliação do espaço presente em 6 segmentos (separando os caninos da porção dos pré-molares), mas os resultados existentes na literatura indicam que não há diferença significativa. E de acordo com Vellini, quando temos diastemas, eles são medidos individualmente.

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    Medição do canino individualmente
    Figura 3:Medição do canino individualmente

Conforme vai-se medindo com o compasso vai se transferindo as medições para um cartão ou papel e realiza-se a mensuração com uma régua em milímetros.


cartão e medição em uma régua
Figura 4: Transferência das medidas com o compasso para o cartão e medição em uma régua.

Também pode-se utilizar um paquímetro de Boley para realizar as mesmas medições feitas com compasso de pontas secas.



Segundo Moyers, o propósito de uma análise da dentição mista, é avaliar a quantidade de espaço disponível no arco para os dentes sucessores permanentes. Mas ela não prevê a quantidade de redução natural do perímetro que pode ocorrer durante o período de transição da mista para a permanente.



A diferença entre o cálculo da discrepância de modelos na dentadura permanente e na dentadura decídua está na forma de obter-se o espaço requerido, pois é necessário estimar as larguras mésio-distais das coroas de caninos e pré-molares ainda não irrompidos.


Nesta fase de desenvolvimento pode-se utilizar os seguintes métodos para calcular o espaço requerido: métodos estatísticos e métodos radiográficos. Dentre os métodos estatísticos temos o método de Moyers e de Tanaka & Johnston.


  1. Método de Moyers: utiliza tabelas de probabilidades para a predição do tamanho de caninos e pré-molares a partir dos incisivos inferiores. Temos uma tabela para os dentes superiores e outra para os dentes inferiores, mas nas duas, usamos o somatório dos incisivos inferiores com referência. Este método foi criado tomando como referência crianças americanas brancas, podendo assim, não ser tão eficiente para outras populações.

  2. O espaço requerido para região posterior ( onde ainda estão os dentes decíduos) é obtido olhando-se na tabela abaixo, na região de 75% para os superiores e inferiores e utilizando o somatório do tamanho mésio-distal dos incisivos inferiores como referência na tabela. Para o resultado dos superiores usa-se a tabela A e para os inferiores a B.


    Tomografia computadorizada

    Normalmente utiliza-se estimativas de 75%, pois em cada 4 casos, 3 apresentarão o valor estimado. A seguir temos a descrição da sequência para cálculo do espaço requerido utilizando-se o método de Moyers:


    1. Determinar o somatório dos diâmetros M-D dos incisivos inferiores;
    2. A partir dessa soma, utilizar a tabela para predizer o valor de caninos e pré-molares;
    3. Usar probabilidade de 75%;
    4. O valor encontrado na tabela corresponde à somatória dos diâmetros mésio-distais de caninos e pré-molares de uma hemiarcada;
    5. Para determinar o ER, deve-se multiplicar o valor encontrado na tabela por 2 e somar aos incisivos inferiores. E usamos a fórmula: ER= soma M-D inc.inf.+ (valor tabela X 2)

    OBS: Para o arco superior, seguimos a mesma sequência de etapas porém, devemos fazer a predição dos caninos e pré-molares a partir da soma dos Incisivos inferiores (ver na tabela para dentes superiores em 75%), e no momento do cálculo final, devemos medir os diâmetros dos incisivos superiores!!!


  3. Método de Tanaka e Johnston: elaboraram uma análise prática, precisa, de fácil memorização e rápida aplicação, que proporciona economia de tempo. Esta análise é similar à análise de Moyers, pois fundamenta-se no somatório dos incisivos inferiores e trabalha à nível de 75% de confiança. A sequência para a aplicação deste método é a seguinte:

    1. Somatório do diâmetro mésio-distal dos 4 incisivos inferiores (II);
    2. Aplicar a seguinte fórmula:

    Para arco inferior:

    (Soma II/2 + 10,5) x 2 + Soma incisivos inferirores

    Para arco superior:

    (Soma II/2 + 11,0) x 2 + Soma incisivos superiores

    Os métodos radiográficos para o cálculo do espaço requerido são os seguintes:


  1. Telerradiografia em 45°: não é mais utilizado, porque necessita de duas teleradiografias em 45° (uma do lado direito e outra do lado esquerdo) que eram tiradas só para realizar as medições mesio-distais dos dentes caninos e pré-molares não erupcionados diretamente na radiografia. Este método é bem preciso porém, só permite medir os dentes inferiores, pois na maxila se tem muita sobreposição de imagens e ainda tem um custo elevado.

  2. Método de Huckaba: utiliza 4 radiografias periapicais, 2 para cada lado. O cálculo dos diâmetros M-D dos caninos e pré-molares é individual para cada dente e exige a aplicação de uma regra de três (para cada um dos dentes a serem medidos) a fim de eliminar as distorções radiográficas.

Para cada dente devemos aplicar a fórmula:


diâmetro dente recíduo RX / diâmetro dente perm. no RX = diâmetro dente recíduo no modelos / x

Onde x = dente permanente o qual se quer determinar o diâmetro.