A anamnese permite que se tenha acesso à história audiológica do paciente. Deve ser realizada, independentemente da idade do indivíduo (FROTA, 2003). Em crianças pequenas e adultos e idosos que apresentam distúrbios de compreensão ou expressão muitas vezes é necessária a presença e as informações de um acompanhante. Salienta-se, contudo que mesmo nestes casos se deve buscar algumas respostas com o próprio paciente, verificando a sua opinião sobre a audição.
Normalmente, após a identificação do paciente (nome, idade, data de nascimento, profissão, escolaridade), a primeira pergunta que se faz ao paciente/acompanhante é sobre a queixa auditiva. A partir desta, podem ser selecionadas questões relacionadas à queixa principal (motivo do exame – FROTA, 2011). Salienta-se, contudo, que muitas vezes o paciente não apresenta uma queixa específica de perda auditiva. Isto não significa que os limiares auditivos estejam dentro dos limites de normalidade. Estudos realizados evidenciam que em indivíduos sem queixa podem apresentar perda auditiva (veja aqui). Já quando se avalia pacientes em clínicas de fonoaudiologia, com queixa de perda é um indicador da presença de alteração (veja aqui).
Na clínica de Fonoaudiologia da UFRGS utiliza-se uma anamnese pré-estruturada, sendo que foi criado um modelo para adultos e idosos e outro modelo infantil. Optou-se por este modo para que nenhuma informação seja perdida e para que os dados possam ser utilizados, posteriormente, em projetos de pesquisa.
Na anamnese elaborada para ser utilizada na clínica de Fonoaudiologia da UFRGS constam perguntas sobre:
Durante a anamnese ainda podem ser utilizados instrumentos para verificar, por exemplo, a restrição de participação causada pela perda auditiva. Estes questionários são válidos especialmente para os pacientes que, além da audiometria, tem a indicação de uso de aparelhos de amplificação sonora individual. Um dos instrumentos mais usados é o Hearing Handicap Inventory, que possui versões para adultos e idosos.
Um outro fator a ser considerado é que, durante a anamnese, o fonoaudiólogo deve observar o comportamento auditivo do paciente (FROTA, 2011). Esta observação, juntamente com as respostas as perguntas permite que se elabore uma hipótese sobre a audição do paciente.
- Realize uma anamnese audiológica com um conhecido (amigo, parente, vizinho). Pense em algumas perguntas, com base no que acabamos de ver. Se for possível, grave a entrevista. Depois escute e verifique o que precisa ser melhorado (velocidade da fala, articulação das palavras, perguntas que deveriam ser melhor exploradas).