Análise de Tweed
Esta análise foi desenvolvida por Charles Henry Tweed, a partir do estudo de indivíduos com oclusão normal e boa harmonia facial. Tweed que seguia a filosofia de Angle, realizava seus tratamentos sem extrações, no entanto percebeu que os objetivos dos tratamentos propostos eram alcançados em apenas 20% dos casos. Assim comparando os indivíduos normais com seus casos bem sucedidos ele percebeu que eles tinham algo em comum, a relação dos incisivos inferiores com o rebordo da mandíbula. A partir desse achado ele estabeleceu o triângulo de diagnóstico facial, formado pelos pontos Pório.Orbitário (Plano de Frankfurt) e Gônio.Mentoniano (Plano Mandibular) e pelo longo eixo do incisivo inferior. As interseções desses planos formam os ângulos: FMA, FMIA e IMPA. Para visualizar os ângulos clique na imagem abaixo.
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Segundo Tweed esses ângulos deveriam se relacionar da seguinte forma:
- Quando FMA fosse igual a 25º(±4º), FMIA deveria ser 68º
- Quando FMA fosse ≥ 30º, FMIA deveria ser 65º
- Quando FMA fosse ≤ 20º, IMPA deveria ser < 92º
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A partir dos valores de FMA, FMIA e IMPA determina-se a discrepância cefalométrica (DC).
Discrepância Cefalométrica = Angulação ideal do incisivo anterior - Angulação real do incisivo inferior
Quando a discrepância é nula, a posição real é coincidente com a ideal. Quando a discrepância é negativa o incisivo inferior está vestibularizado em relação ao ideal, portanto consome espaço no arco ao ser lingualizado. Quando a discrepância é positiva o incisivo inferior está lingualizado em relação ao ideal devendo ser vestibularizado, o que disponibiliza espaço no arco.
A discrepância cefalométrica é obtida em graus, para convertê-la em mm devemos utilizar a seguinte fórmula:
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Outra alternativa para converter o valor em graus para mm é multiplicar o valor que resulta de DC=FMIA pac – FMIA ideal e multiplicar por 0,8.
Exemplo: DC= 54° - 65° = -11° e para converter em mm multiplicar por 0,8, ou seja, -11° x 0,8= -8,8mm.
A discrepância total do paciente corresponderá ao somatório das discrepâncias de modelo e cefalométrica. Quando a discrepância total for nula ou positiva o tratamento poderá ser realizado sem necessidade de extrações, caso a discrepância seja negativa de pequena magnitude poderá ser feito recuperação de espaço através de distalização de molares e/ou desgastes interproximais, no entanto se os valores negativos forem superiores a 10mm será indicado realizar extrações.