As competências se tornaram um termo popular nos últimos anos. A Base Comum Curricular (BNCC) no Brasil iniciou a partir da necessidade de construir competências na Educação Básica para abranger as necessidades dos estudantes. Na BNCC estão presentes as competências específicas das disciplinas (matemática, ciência da vida, etc.) e as consideradas gerais tais como: a cultura digital, o autoconhecimento e as as sociais (por ex.: colaboração), as emocionais (por ex.: empatia), etc. (BRASIL, 2018).
No entanto, apesar de serem apontadas como essenciais, as competências emocionais são preteridas nas salas de aula em prol das específicas e das sociais. Talvez pela complexidade de compreensão, por ser de caráter pessoal, pela dificuldade de identificar, reconhecer e nomear as próprias emoções (e a do outro) e, principalmente, pela dificuldade de construí-las.
Assim, muitos estudos foram iniciados sobre a temática. Santos, Boruchovitch e Behar (2016), por exemplo, já discutiam sobre as competências socioemocionais trazendo a importância das interações, para o aspecto social, e a energia mobilizadora do sujeito referente ao afetivo.
Nessa perspectiva, o Instituto Ayrton Senna (IAS, 2020) foi quem popularizou o termo e desenvolveu o documento "Competências Socioemocionais dos estudantes". Nele são apresentadas as competências socioafetivas e como trabalhar com elas nas práticas pedagógicas. Contudo, esse documento, apesar de ser um marco histórico na área, apresenta as competências socioemocionais como macrocompetências, baseadas principalmente em traços de personalidade. Algumas dessas macrocompetências não tratam explicitamente de aspectos sociais e afetivos (por ex.: a Abertura ao Novo considera sobretudo competências do domínio cognitivo: curiosidade para aprender, imaginação criativa e interesse artístico)
Nesse cenário de muitas indagações, Behar et al (2022) iniciaram as discussões e proposições sobre a importância de definir e trabalhar com indicadores aplicáveis das Competências Socioafetivas (CSA) na EaD e na modalidade híbrida.
As Competências Socioafetivas podem ser definidas como um "[...] conjunto de elementos composto por conhecimentos, habilidades e atitudes, baseados em aspectos sociais e afetivos necessários para o enfrentamento de situações no contexto da Educação a Distância. Os aspectos sociais contemplam as interações sociais. Já os aspectos afetivos estão relacionados com os traços de personalidade, estados de ânimo e famílias afetivas" (BEHAR, et al, 2022,p.392)
As autoras trazem cinco CSA: Empatia, Resiliência, Abertura ao Novo, Autogestão e Engajamento. Em cada uma dessas competências estão os seus elementos necessários para sua construção: Conhecimentos, Habilidades e Atitudes.
Mas como construir as Competências Socioafetivas?
A resposta para a questão encontra-se nas Estratégias Pedagógicas (EP). Elas são traduzidas em ações práticas que podem auxiliar o docente a mobilizar os elementos do CHA e, assim, construir as competências no decorrer do processo de ensino e de aprendizagem.
É importante salientar que as EP não são rígidas. A flexibilidade é pretendida para a articulação de diversos elementos da prática pedagógica: o objetivo, o conteúdo , os recursos didáticos, as tecnologias digitais e as necessidades dos estudantes (BEHAR et al, 2019). Elas podem ser aplicadas tanto no contexto presencial quanto no virtual através de Ambientes Virtuais de Aprendizagem (AVA), dependendo do propósito delineado pelo professor. Portanto, as Estratégias Pedagógicas são essenciais na construção das Competências Socioafetivas! Você tem curiosidade para conhecer exemplos e para saber como construir as Competências Socioafetivas? Veja nos próximos Módulos exemplos de cada uma das CSA!
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