Para saber mais

Filmografia

1. O ensaio sobre a cegueira, Fernando Meirelles, 2008

Sinopse: Uma inédita e inexplicável epidemia de cegueira atinge uma cidade. Chamada de "cegueira branca", já que as pessoas atingidas apenas passam a ver uma superfície leitosa, a doença surge inicialmente em um homem no trânsito e, pouco a pouco, se espalha pelo país. À medida que os afetados são colocados em quarentena e os serviços oferecidos pelo Estado começam a falhar as pessoas passam a lutar por suas necessidades básicas, expondo seus instintos primários. Nesta situação a única pessoa que ainda consegue enxergar é a mulher de um médico (Julianne Moore), que juntamente com um grupo de internos tenta encontrar a humanidade perdida. O foco do filme, no entanto, não é desvendar a causa da doença ou sua cura, mas mostrar o desmoronar completo da sociedade que, perde tudo aquilo que considera civilizado. Ao mesmo tempo em que vemos o colapso da civilização, um grupo de internos tenta reencontrar a humanidade perdida. O brilho branco da cegueira ilumina as percepções das personagens principais, e a história torna-se não só um registro da sobrevivência física das multidões cegas, mas, também, dos seus mundos emocionais e da dignidade que tentam manter. Mais do que olhar, importa reparar no outro. Só dessa forma o homem se humaniza novamente. 'Ensaio sobre a Cegueira' é do escritor português José Saramago, vencedor do prêmio Nobel.

A tentativa de aniquilar para sempre a esfera pública vai criando uma devastadora sociedade de indivíduos atomizados, auto-centrados, que só sabem correr atrás de interesses privados, caindo vítimas dum colapso moral que José Saramago tratou de modo emblemático em Ensaio Sobre a Cegueira,depois filmado por Fernando Meirelles



2. Janela da Alma - Documentário, João Jardim, Walter Carvalho, 2001.

Sinopse: Janela da Alma é um documentário dos diretores brasileiros João Jardim e Walter Carvalho. Apresenta dezenove pessoas com diferentes graus de deficiência visual - da miopia discreta à cegueira total - que narram como se vêem, como vêem os outros e como percebem o mundo. Celebridades como o prêmio Nobel José Saramago, o músico Hermeto Paschoal, o diretor Wim Wenders, o fotógrafo cego esloveno Evgen Bavcar e o neurologista Oliver Sachs fazem revelações pessoais e inesperadas sobre vários aspectos relativos à visão - o funcionamento fisiológico do olho, o uso de óculos e suas implicações sobre a personalidade, o significado de ver ou não ver em um mundo saturado de imagens, e também a importância das emoções como elemento transformador da realidade. Janela da Alma resulta em uma reflexão sobre o ato de 'ver' - ou não ver - o mundo. A ideia surgiu da vivência do diretor João Jardim, que achava que o fato ter uma miopia muito grande teria influenciado em sua personalidade e até mesmo em sua vida. Entre os entrevistados estão Hermeto Pascoal, José Saramago, Paulo Cezar Lopes, Antonio Cícero, Wim Wenders, Eugen Bavcar, Marieta Severo, Carmela Gross, Jessica Silveira, João Ubaldo Ribeiro, Walter Lima


Júnior, Oliver Sacks, Manoel de Barros, Arnaldo Godoy, Madalena Godoy, Marjut Rimminen, Agnès Varda, Hanna Schygulla, Raimunda da Conceição Filha.

https://www.youtube.com/watch?v=4F87sHz6y4s


3. Crianças Invisíveis, Mehdi Charef, 2013.

Sinopse: Formado por 7 curtas realizados no Brasil, Itália, Inglaterra, Sérvia, Burkina Faso, China e Estados Unidos. O projeto de Crianças Invisíveis foi criado para despertar a atenção para o sofrimento das crianças em situações difíceis por todo o mundo. Todos os diretores trabalharam de graça ao realizar seus curtas para Crianças Invisíveis. Parte da renda do filme será destinada para a Unicef e para o Programa Mundial contra a Fome. Exibido na mostra Panorama do Cinema Mundial, no Festival do Rio 2005.


Júnior, Oliver Sacks, Manoel de Barros, Arnaldo Godoy, Madalena Godoy, Marjut Rimminen, Agnès Varda, Hanna Schygulla, Raimunda da Conceição Filha.

https://www.youtube.com/watch?v=IxmBRrbEhFA&nohtml5=False


4. A cor do paraíso, Majid Majidi, 2000.

Sinopse: Este é um dos mais bonitos e emocionantes filmes dos últimos tempos. Uma produção iraniana que recebeu muitos prêmios mundo afora. A Cor do Paraíso narra a comovente história de Mohammad, um menino cego que mora numa escola para deficientes visuais e que, nas férias, volta para seu vilarejo nas montanhas, onde convive com as irmãs e sua adorada avó. O pai, que é viúvo, se prepara para casar novamente. Mohammad é um garoto muito vivo, que tem uma enorme sensibilidade. Seu jeito simples de "ver o mundo" é uma lição de vida.


Júnior, Oliver Sacks, Manoel de Barros, Arnaldo Godoy, Madalena Godoy, Marjut Rimminen, Agnès Varda, Hanna Schygulla, Raimunda da Conceição Filha.

https://www.youtube.com/watch?v=p1J8aI9UAvY&nohtml5=False


5. Moradores de rua: do estigma à identidade

https://www.youtube.com/watch?v=n63UNlTOg_c

Reportagem sobre a situação em que vive muitos moradores de rua da capital mineira.

https://www.youtube.com/watch?v=82uocbNDz3I

Lúcia Machado divide com seus sete cachorros uma das esquinas mais movimentadas da região Centro-Sul, onde recebe todo tipo de olhar.

https://www.youtube.com/watch?v=3gg72S2QFtU

Conheça a historia da ex-moradora de rua, Helena Pereira, que hoje passa dedica seus dias cuidando de pessoas que vivem nas ruas da capital mineira.


6. Documentário Filho da Rua, Letícia Duarte e Jefferson Botega, 2012.

Sinopse: Felipe é infantil, mas agressivo; pede ajuda mas não larga o crack; procura a família, mas vive nas esquinas. A sociedade sustenta seu vício com esmolas. A mãe cansou da luta para resgatá-lo. Projetos sociais dos governos fracassaram na missão de ajudá-lo. Por três anos, ZH seguiu seus passos e mostra como a mistura de omissão, pobreza, desestrutura familiar e falta de horizontes é berçário para o nascimento de um menino de rua. A seguir, leia a íntegra da reportagem, dividida em três capítulos, e assista ao webdocumentário.


http://zh.clicrbs.com.br/rs/noticias/pagina/filho-da-rua.html

Webdocumentário: https://www.youtube.com/watch?v=yDVMl3KI43Q


7. O contador de histórias, Luiz Villaça, 2009.

Sinopse: O Contador de Histórias (Brasil, 2009) é um filme biográfico, que conta a história de um contador de histórias. Trata-se de Roberto Carlos Ramos, ou Roberto Carlos Contador de Histórias, como é conhecido em Belo Horizonte. O diretor Luiz Villaça descobriu O Contador de Histórias por acaso, em um livro infantil que seu filho havia ganhado de presente, e após ler a história de Roberto Carlos, desenvolveu o projeto do filme premiado com o selo da Organização das Nações Unidas. O filme se passa na década de 1970, iniciando sua ação na cidade de Belo Horizonte. O então garoto Roberto Carlos Ramos vive com a mãe e seus nove irmãos em uma favela. A mãe decide levá-lo para a Febem, acreditando em melhores oportunidades para o filho, inclusive dele se tornar um doutor. Na instituição, Roberto Carlos usa sua criatividade para conseguir mais comida e atenção, e também aprende a impor moral entre os internos. Mas, ao se tornar adolescente, é transferido para outra instituição onde as regras são mais rígidas. Para fugir de castigos físicos, ele e outros internos descobrem o mundo das drogas e de pequenos delitos, fugindo sempre, em toda oportunidade. Seu comportamento é rotulado como irrecuperável pela instituição. Nesse momento de sua vida, aparece a pedagoga francesa Margherit Duvas que, aos poucos, com palavras carinhosas e atitudes educadas, vai conquistando o menino supostamente irrecuperável. Ela o adota, lhe dando a chance de se alfabetizar, estudar e dar asas à sua criatividade. Ambos vão viver na França. Após concluir seus estudos, Roberto Carlos retorna à Febem, como educador. Ali começa sua história com outras crianças e adolescentes. Ele vai adotando-os e criando uma família numerosa, com vinte filhos adotivos. Alguns ditos irrecuperáveis, como ele, pelas instituições.



8. Epidemia de Cores, Mário Eugênio Saretta, 2016.

Sinopse: Documentário realizado na Oficina de Criatividade do Hospital Psiquiátrico São Pedro.



9. Os Estrangeiros da Vila Tronco - Documentário

Sinopse: O documentário revela o destino incerto das famílias em situação de remoção em decorrência das obras de ampliação da Avenida Tronco, em Porto Alegre. Sob o pretexto inicial de melhorias urbanas em função da Copa do Mundo de 2014, as obras de ampliação da avenida, já prevista no plano diretor da capital gaúcha, foram tiradas do papel e foi dada ordem de remoção a 1.500 famílias da região, que ainda aguardam por uma solução definitiva. Através de uma releitura histórica de períodos como a vinda da Família Real Portuguesa ao Brasil, e o Bota Abaixo, do Pereira Passos, o documentário traça semelhanças entre as políticas de remoções adotadas na época.

https://www.youtube.com/watch?v=q17yBd0-VEI


10. Sebastião Salgado, aula inaugural UFRGS, 2014.

Sinopse: Para celebrar os 80 anos da UFRGS, a Universidade realizou no dia 14, a Aula Magna 2014 com o fotografo Sebastião Salgado. Sebastião Salgado iniciou a apresentação falando de sua origem, do nascimento em família simples em uma fazenda no interior de Minas Gerais. Ele lembrou os anos de sua juventude, marcados pela militância junto aos movimentos de esquerda e o agravamento de sua situação na época da Ditadura no Brasil, quando foi obrigado a buscar exílio na França em 1969. Salgado falou ainda de sua relação com o ensino superior, dos curso de graduação e mestrado concluídos em Economia e da atuação intensa como economista em organizações mundiais. Outra face conhecida do fotógrafo é sua preocupação com as questões sociais. Ele e a esposa Lélia Wanick Salgado mantêm uma série de projetos, especialmente junto ao ecossistema da Mata Atlântica, que inclui plantio de 2 milhares de árvores, ações de revitalização de bacias hidrográficas, além de seu envolvimento na conscientização de comunidades locais da necessidade de preservar a natureza. Sebastião Salgado detalhou o início de sua relação com a fotografia, iniciada de forma despretensiosa ao manusear uma câmera fotográfica da esposa Lélia, à época estudante de Arquitetura. Ele enumerou fatos que marcaram seus primeiros trabalhos como profissional, sua atuação junto a grandes agências de fotografia e a relação indissociável com a fotografia de temática social, que lhe rendeu grandes projetos. Salgado fez uma apresentação do resultado de suas expedições a diversos cantos do planeta por meio da projeção de fotografias de suas séries “Trabalhadores”, “Êxodos” e seu trabalho mais recente, “Gênesis”. Revelou ao público que esteve a ponto de largar a fotografia depois de presenciar cenas de forte impacto ao registrar eventos como fome, genocídios, perseguição de povos, enfim, atos de crueldade alimentados por conflitos de toda natureza. Uma forma encontrada por Sebastião para reagir à carga de pressão que já afetava sua saúde foi mergulhar no projeto”Genesis”. No trabalho, ele percorreu lugares extremos do planeta, registrando animais, paisagens e populações nativas em espaços considerados intocados pela ação humana. “Aí quis fotografar durante 8 anos para dar às pessoas a oportunidade de se confrontarem com um planeta que está 46% intacto, igual ao dia de Gênesis. Tive a oportunidade de ir ao planeta, de me sentir como os animais”, declarou.

https://www.youtube.com/watch?v=_ZIMrU6XzR4


11. Abaixando a Máquina - Ética e dor no fotojornalismo carioca

Sinopse: O documentário Abaixando a Máquina - Ética e Dor no Fotojornalismo Carioca é um trabalho que trata algumas questões importantes do fotojornalismo contemporâneo, através do ponto de vista da dor de cidadãos fotografados em diversos conflitos urbanos da cidade do Rio, a ética dos profissionais no momento do registro e sua posterior publicação pela imprensa. Além do registro do Hard News na cidade do Rio de Janeiro, durante os últimos doze meses, o filme aborda algumas características marcantes de nossa cidade, como o futebol e o carnaval, mostrando registros do trabalho de fotógrafos no Maracanã e no desfile da Unidos da Tijuca, escola de samba que trouxe o fotojornalismo como seu samba enredo em 2007. Um outro aspecto importante são diversos depoimentos a respeito da relação que existe entre os fotógrafos com as comunidades carentes, como são realizadas as coberturas nos conflitos armados e o posterior registro da tragédia consumada, quando os fotógrafos registram conflitos, chacinas e confrontos de diversas formas.
Com a produção executiva de Berg Silva & Rafael Guimarães, além da importante colaboração de Domingos Peixoto, fotógrafo de O Globo, o documentário é realizado pela produtora Núcleo da Imagem em parceria com a Approach Comunicação, empresa de comunicação e assessoria de imprensa do Rio de Janeiro. Muitos nomes da fotografia do Rio de Janeiro deram importantes depoimentos sobre o assunto, tais como: Alex Ferro, Alexandre Brum, Ana Branco, Berg Silva, Carlos Wrede, Custódio Coimbra, Daniel Ramalho, Domingos Peixoto, Estefan Radovicz, Evandro Teixeira, Flavio Damm, Gabriel de Paiva, Guilherme Pinto, Ignácio Ferreira, Ivo Gonzalez, J. Egberto, João Laet, Leonardo Rozario, Luis Alvarenga, Luiz Morier, Marcelo Carnaval, Márcia Foletto, Marcos Tristão, Michel Filho, Orlando Abrunhosa, Severino Silva, Uanderson Fernandes, Wania Corredo e Wilton Jr, além de outros importantes depoimentos.

https://www.youtube.com/watch?v=KkzP4-UqNB8


12. Jogo de Cena, Eduardo Coutinho, 2007.

Sinopse: Jogo de Cena é um filme documentário brasileiro, lançado em 9 de novembro de 2007 e dirigido por Eduardo Coutinho. Atendendo a um anúncio de jornal, oitenta e três mulheres, interessadas em participar do documentário, contaram suas histórias de vida em um estúdio. Coutinho convida as personagens a compartilharem suas alegrias e tristezas, convidando para bem perto as experiências mais marcantes. Em junho de 2006, vinte e três delas foram selecionadas e filmadas no Teatro Glauce Rocha. Em setembro do mesmo ano, atrizes interpretaram, a seu modo, as histórias contadas pelas personagens escolhidas. O longa mistura realidade e dramaturgia, onde os personagens reais falam da sua própria vida, depois estas personagens se tornam modelos a desafiar atrizes e por fim, as atrizes interpretam as personagens.

https://www.youtube.com/watch?v=RUasyqVhOuw


13. Hannah Arendt, Banalidade do Mal, Margarethe von Trotta.

Sinopse: Trecho final do filme dirigido por Margarethe von Trotta.
Hannah Arendt é um filme de drama teuto-francês de 2012, uma obra biográfica sobre a filósofa política alemã de origem judaica, Hannah Arendt. Ele é estrelado por Barbara Sukowa, dirigido por Margarethe von Trotta[1] e distribuído por Zeitgeist Films, no Estados Unidos, onde entrou em cartaz em 29 de maio de 2013. Para Hannah Arendt (Barbara Sukowa) os Estados Unidos dos anos 50 é um sonho realizado, depois de chegar lá com seu marido Heinrich (Axel Milberg) como refugiados de um campo de concentração nazista na França. Nos EUA, surge a oportunidade dela cobrir o julgamento do nazista Adolf Eichmann para a The New Yorker. Ela escreve sua avaliação sobre o caso e outros fatos desconhecidos, e a revista separa tudo em 5 artigos. Porém, aí começa o drama de sua vida, pois nos artigos mostra que nem todos que participaram dos crimes de guerra eram verdadeiros monstros, segundo ela, judeus também estavam envolvidos e ajudaram na matança dos seus iguais. A sociedade se volta contra ela e a New Yorker, e as críticas são tão fortes que até mesmo seus amigos mais próximos se assustam.

O pensamento de Hannah Arendt em um filme fascinante

(http://www.ihu.unisinos.br/noticias/520508-o-pensamento-de-hannah-arendt-em-um-filme-fascinante)

A diretora Margarethe von Trotta se debruçou sobre a história de outra mulher influente, a filósofa e teórica política Hannah Arendt (1906-1975). Hannah Arendt começa em Nova York, em 1960, onde Arendt (Barbara Sukowa), uma imigrante alemã e judia secular, escreve e ensina em uma universidade. Quando o Mossad, a agência de inteligência israelense, captura o oficial nazista Adolf Eichmann e o leva clandestinamente a Jerusalém para ser julgado, Arendt, que tem um grande interesse filosófico no totalitarismo, discute com seu marido, Heinrich (Axel Milberg), sobre o fato de pedir que William Shawn (Nicholas Woodeson), o editor da revista The New Yorker, a envie para cobrir o julgamento iminente para a revista. Shawn hesita, porque, como observa o seu assistente, "os filósofos não obedecem prazos". Mas ele concorda, e Arendt parte para Israel em 1961. O filme gira em torno da cobertura de Arendt do julgamento para a revista e das suas aulas que abordam as controvérsias que os artigos despertam em seu retorno.
Arendt fica atordoada quando fica sabendo que o réu será mantido em uma "jaula" de vidro durante o julgamento (para protegê-lo) e questiona a legitimidade da jurisdição de Israel para interrogar um homem por crimes não cometidos lá, cometidos, de fato, mesmo antes que Israel fosse um país. Ela pensava que o único interesse do tribunal era aderir às exigências da justiça para os assassinatos cometidos por Eichmann, mas o julgamento era mais complicado do que isso por causa do seu papel como um burocrata que, ao compartimentalizar a sua consciência, facilitou a "Solução Final" e as mortes de milhões de pessoas.
Assim, o tribunal foi confrontado com um crime que ele não conseguiria encontrar em um livro de direito e com os gostos de um criminoso que ele nunca tinha visto antes. O primeiro-ministro David Ben-Gurion estava determinado a realizar um julgamento de fachada, e testemunhas após testemunhas contaram as atrocidades nazistas cometidas contra elas e suas famílias, enquanto Eichmann afirmava, e nunca vacilava, que ele nunca tinha matado ninguém.
Mesmo assim, segundo Arendt, o tribunal "tinha que definir um homem em julgamento por seus atos", porque não era possível interrogar um sistema ou uma ideologia.
As reportagens de Arendt na New Yorker distinguiam entre o mal radical de uma ideologia e o mal banal de um burocrata que seguia a lei. Os leitores de Arendt não conseguiam compreender as complexidades que ela estava tentando enfatizar e acusaram-na de tomar o lado de Eichmann. As polêmicas aumentaram quando o julgamento levantou a questão dos líderes judeus que haviam trabalhado com a Gestapo durante a Segunda Guerra Mundial e que talvez haviam facilitado as mortes dos judeus. Arendt informou o fato, mas seus leitores interpretaram isso no sentido de que ela culpava o povo judeu pelas suas próprias mortes.
Eichmann, o organizador das deportações judaicas e dos campos de extermínio, logo havia defendido em sua defesa que ele só tinha "obedecido ordens". Como Arendt explica para os seus alunos em Nova York depois do julgamento, "ele insistia em renunciar a sua culpa pessoal. Ele não tinha feito nada por iniciativa própria". Em suma, Eichmann preferiu não pensar. Ele foi junto com a multidão.
Como uma filósofa que estudara com Martin Heidegger (1889-1976), com quem ela teve um intenso caso de amor, os escritos de Arendt se focavam em como a capacidade de uma pessoa de pensar é o que faz dela humana e um membro da sociedade. Os seus pontos de vista sobre abrir mão das habilidades de pensamento crítico aos outros é central para as conclusões que ela tirou do julgamento, ao qual ela via como "a totalidade do colapso moral que os nazistas causaram na respeitável sociedade europeia".
Poucas pessoas, mesmo na academia, entenderam a sua resoluta abordagem de filósofa ao relatar e avaliar as complexidades que ela via em torno do julgamento de Eichmann. Arendt ataca os seus críticos, muitos dos quais eram amigos íntimos, dizendo que os assassinatos de caráter não são argumentos, que "entender é a responsabilidade de qualquer pessoa que tenta colocar a ponta da caneta no papel sobre esse assunto", porque "tentar entender não é o mesmo que perdoar".
Na cena final do filme, Arendt responde à insistência de Eichmann de que ele estava apenas fazendo o seu trabalho e que, pessoalmente, não matara ninguém. "O maior mal do mundo é o mal cometido por ninguém", diz ela. "O mal cometido pelos homens sem motivo ou convicção, sem um coração perverso ou palavras demoníacas é o que eu chamo de 'banalidade do mal'".
O roteiro parece em grande parte baseado no livro de Hannah Arendt, Eichmann em Jerusalém: Um relato sobre a banalidade do mal, que inclui, com algumas edições de Arendt, os artigos publicados na New Yorker. Publicado pela primeira vez em 1963 nos Estados Unidos, o livro não foi publicado em Israel até o ano 2000.
Embora Arendt perca seus amigos e colegas homens nas polêmicas após a série da New Yorker, seu marido fica ao lado dela. O filme termina como começa: com Arendt fumando um cigarro, pensando.

https://www.youtube.com/watch?v=c2uDPYwaKsA


14. Estamira, Marcos Prado, 2006.

Sinopse: Trabalhando há cerca de duas décadas em um aterro sanitário, situado em Jardim Gramacho, no Rio de Janeiro, Estamira Gomes de Sousa é uma mulher de 63 anos, que sofre de distúrbios mentais. O local recebe mais de oito mil toneladas de lixo da cidade do Rio de Janeiro, diariamente, e é também sua moradia. Com seu discurso filosófico e poético, em meio a frases, muitas vezes, sem sentido, Estamira analisa questões de interesse global fala também com uma lucidez impressionante e permite que o espectador possa repensar a loucura de cada um, inclusive a dela, moradora e sobrevivente de um lixão.

https://www.youtube.com/watch?v=KFyYE9Cssuo


15. Lixo extraordinário, Vik Muniz, 2010.

Sinopse: Lixo Extraordinário é um documentário anglo-brasileiro lançado em 2010. O documentário relata o trabalho do artista plástico brasileiro Vik Muniz com catadores de material reciclável em um dos maiores aterros controlados do mundo, localizado no Jardim Gramacho, bairro periférico de Duque de Caxias. O aterro também foi o cenário de um outro documentário brasileiro, também premiado: Estamira (2004), de Marcos Prado. Lixo Extraordinário mostra a produção de obras de arte com material coletado no aterro do Jardim Gramacho. Ao longo da produção dessas obras, entre 2007 e 2009, transformações se produzem na vida e nas visões de mundo dos sete catadores participantes do projeto - entre eles, Tião Santos, presidente da Associação dos Catadores do Aterro Metropolitano do Jardim Gramacho.

https://www.youtube.com/watch?v=COpmp8PizBc



Exposições

Mostra fotográfica no Metrô retrata moradores de rua

Exposição fotográfica mostra cotidiano de moradores de rua em Manaus

A exposição fotográfica Sociedade Anônima

Minha São Paulo: o olhar da cidade pela população de rua

As Brutais Atrocidades Belgas na África (E o "Grande Esquecimento")



Referências bibliográficas

Livros

1. SONTAG, Susan. Diante da dor dos outros. Rio de Janeiro: Companhia das Letras, 2003. 112p.

2. DORNELLES Aline Espindola, OBST Julia, SILVA, Marta Borba (Org.). A Rua em Movimento: debates acerca da população adulta em situação de rua na cidade de Porto Alegre. 1ª ed. Porto Alegre, 2012

3. GEHLEN, Ivaldo; SILVA, Marta Borba; SANTOS, Simone Rita dos. (Org.). Diversidade e proteção social: estudos quanti-qualitativos das populações de Porto Alegre. Porto Alegre, 2008.

4. ACHUTTI, L. E. R. Fotoetnografia da Biblioteca Jardim. Porto Alegre: Editora da UFRGS: Tomo Editorial, 2004. 319 p.

5. MARTINS, J. S. Sociologia da fotografia e da imagem. 2. ed., 1ª reimpressão. São Paulo: Contexto, 2013. 206p.

6. BETTO, F. Alteridade. Disponível em: <http://www.freibetto.org/index.php/artigos/14-artigos/24-alteridade>. Acesso em: 20 de abr. 2016.

7. SONTAG, Susan. Sobre a fotografia. Editora Companhia das Letras, 2004.

8. MATTOS, R. M.; FERREIRA, R. F. “Quem vocês pensam que (elas) são? Representações sobre as pessoas em situação de rua. Psicologia & Sociedade; 16 (2): 47-58; maio/ago.2004.

Pesquisa revela informações sobre população em situação de rua

CADASTRO DA POPULAÇÃO ADULTA EM SITUAÇÃO DE RUA NA CIDADE DE PORTO ALEGRE - 2011

Pesquisa Nacional População em Situação de rua, abril 2008.


Artigos

1. PIDNER, Flora Sousa, SILVA, Maria Auxiliadora da. Fotografias de Sebastião Salgado: grafia, poética e produção do espaço geográfico. Revista Científica Vozes dos Vales – UFVJM – MG – Brasil – Nº 06 – Ano III – 10/2014.

2. Ricardo Mendes Mattos Ricardo Franklin Ferreira. QUEM VOCÊS PENSAM QUE (ELAS) SÃO? REPRESENTAÇÕES SOBRE AS PESSOAS EM SITUAÇÃO DE RUA. Psicologia & Sociedade; 16 (2): 47-58; maio/ago.2004.


Reportagens

A solidão da rua