Para saber mais

Filmografia

1. Escolarizando o mundo, o último fardo do homem branco, Carol Back, 2011. Fernando Meirelles, 2008

Sinopse: O filme examina o pressuposto escondido da superioridade cultural por trás dos projetos de ajuda educacionais, que, no discurso, procuram ajudar crianças a "escapar" para uma vida "melhor". Aponta a falha da educação institucional em cumprir a promessa de retirar as pessoas da pobreza -- tanto nos Estados Unidos quanto no chamado mundo "em desenvolvimento". E questiona nossas definições de riqueza e pobreza -- e de conhecimento e ignorância -- quando desmascara o papel das escolas na destruição do conhecimento tradicional sustentável agroecológico, no rompimento das famílias e comunidades, e na desvalorização das tradições espirituais ancestrais. Finalmente, ESCOLARIZANDO O MUNDO faz um chamado por um "diálogo profundo" entre as culturas, sugerindo que nós temos, ao menos, tanto a aprender quanto a ensinar, e que essas sociedades sustentáveis ancestrais podem ser portadoras do conhecimento que é vital para nossa própria sobrevivência no próximo milênio. Aborda de forma contundente o fato de a educação escolar ter servido, ao longo dos últimos séculos, à colonização e estar servindo, atualmente, à homogeneização cultural. Em outras palavras, com o documentário se mostra um lado perverso da educação para o qual nem sempre voltamos os olhos: a possibilidade de, se mal utilizada, a escola servir à extinção das culturas e à perda da diversidade cultural.

https://www.youtube.com/watch?v=6t_HN95-Urs



2. 6 Bilhões de Outros, 2009.

Sinopse: O documentário fala de 6 bilhões de pessoas com opções religiosas, classes sociais, profissões, etnias e estilos de vida diferentes. Com a proposta de montar um retrato da população mundial, "6 Bilhões de Outros”, mostra as diferenças e semelhanças entre os povos e os traços de personalidade que caracterizam cada cidadão do planeta.

Sobre a vídeo-exposição no MASP, SP
https://www.youtube.com/watch?v=6aMpMb6vR5c

Somos São Paulo (6 Bilhões de Outros)
https://vimeo.com/22716636


3. Bebês, Thomas Balmès, 2010.

Sinopse: O filme-documentário cujo roteiro foi escrito pelo próprio diretor e por Alain Chabat, acompanha dos preparativos para o nascimento até as crianças completarem o primeiro ano de vida. Seus nomes são Ponijao, Bayarjagal, Mari e Hattie, repectivamente dos países de Namíbia, Mongólia, Japão e Estados Unidos. Temos uma variedade cultural sobre como os "bebês" são criados no mundo. Enquanto Ponijao, na Namíbia, aprende as primeiras condutas humanas de forma mais livre, Mari e Hattie, no Japão e nos EUA, são acompanhadas em todos os momentos por seus pais. Na Mongólia, Bayarjagal não tem a proximidade tão intensa dos pais. É por vezes deixado sozinho, "amarradinho" para não cometer nenhum ato tresloucado na casa dos seus pais, no meio do deserto da Mongólia, cercada por cabras e por uma antena parabólica. O diretor Thomas Balmès não faz juízo de valor com o seu filme. Sua ideia não era demonstrar de forma didática qual seria o melhor ambiente para um bebê ser criado. Independente do país de nascimento todas as crianças aprendem a se alimentar, a se movimentar, a andar, enfim, a explorar o mundo à sua volta, de um jeito ou de outro.


https://vimeo.com/67691334


4. Hereros Angola, Sérgio Guerra, 2012.

Sinopse: Hereros Angola é um documentário sobre o grupo étnico do mesmo nome. Habitantes das terras do sudoeste de Angola e provenientes dos povos bantos, os hereros são donos de uma tradição ancestral que é passada oralmente de pais para filhos. O filme mostra o conhecimento vivo destes povos, em constante movimento: do nascimento à morte, atravessando os mais importantes aspectos da ancestralidade, que mantêm essa milenar cultura de pé e que agora ganha novos sentidos através da câmera cinematográfica. Os planos levam a territórios improváveis da experiência humana, que aos olhos externos podem parecer somente exóticos. Através de um convívio intenso com esses povos, o filme mostra um presente, que não só reflete o passado, mas eterniza uma cultura quase sem registros.

http://www.hererosofilme.com/


5. Terra sonâmbula, Teresa Prata, 2007

Sinopse: Terra Sonâmbula é uma adaptação cinematográfica de 2007 de um livro com o mesmo nome por Mia Couto. É uma co-produção portuguesa e moçambicana dirigida por Teresa Prata. Durante a Guerra Civil Moçambicana, encontramos Muidinga, um rapaz frágil e amnésico, cujo sonho é o de encontrar a sua família. Junto a um cadáver estendido na estrada, Muidinga encontra um diário que narra a história de uma mulher que procura o seu filho num barco em alto mar. Motivado pela esperança de encontrar a sua própria família, Muidinga convence-se de que ele é o rapaz procurado. Embarca, com Tuahir, um sábio e solitário contador de histórias que o recolheu num campo de refugiados numa viagem à procura dessa mulher. No entanto a viagem é dura: movem-se num estado de delírio. A estrada por onde erram, como sonâmbulos, é mágica: apercebe-se dos seus desejos e move-os de um sítio para o outro, não os deixando falecer, até que possam alcançar o tão desejado mar. Terra Sonâmbula foi considerado um dos doze melhores romances do século XX em África. Cruza elementos da cultura tradicional moçambicana com a própria história do país, realismo e magia, factos e símbolos, Terra Sonâmbula é, acima de tudo, um hino ao poder dos sonhos e da vida.

https://www.youtube.com/watch?v=iukiUyEU-tw


6. Somos todos diferentes/Como estrelas na terra, Aamir Khan, 2007.

Sinopse: Ishaan é um garoto de oito anos que não possui muitos amigos, é cheio de imaginação e gosta muito de desenhar e brincar. Solitário, tem como amigos os cães e os peixes do aquário. Suas brincadeiras passam por poças d'água e pipas. Vive com sua família em um conjunto na Índia. Ishaan apresenta muitas dificuldades na escola, tendo sido reprovado no ano anterior. Já seu irmão é o melhor da classe,tendo sucesso nos esportes também. Após uma reunião com os professores de Ishaan, que informam aos pais que o menino não apresenta avanços na escola, eles decidem enviar o garoto a um colégio interno para que seja disciplinado e consiga êxito nos estudos. Após um período em que se torna cada vez mais triste e solitário, sofrendo severas punições dos professores, Ishaan conhece o professor Nikumbh, que além do trabalho no colégio, leciona também em um colégio para crianças com necessidades educacionais especiais. Nikumbh percebe a existência de um problema e, na busca da solução, devolve a alegria e a auto-confiança de Ishaan. O desdobrar da estória do menino disléxico revela a complexidade e a importância das relações em nossa existência. É fato que nos afetamos e somos afetados pelas reações interpessoais, entretanto, um mesmo acontecimento pode ser percebido de formas diversas, dependendo do “afeto” de cada um. Por isso, é necessário ter cuidado com nossas formas de “cuidar” do outro e de nós mesmos. Entre outras cenas inesquecíveis, há uma passagem na qual o professor conversa com o pai de Ishaan, questionando o que significa a palavra “cuidar”. Neste momento sublime, o mestre alerta para que não aconteça com Ishaan o que acontece com as árvores das Ilhas Salomão, que morrem após as pessoas ficarem gritando à sua volta. Afinal, as palavras têm poder, e quais as palavras que usamos com a intenção de “cuidar” de outro alguém? Com lirismo e poesia, nas imagens e nas músicas, que dão encanto e magia à narrativa, o filme nos emociona e nos coloca diante da questão: – por que a sociedade tem tanta dificuldade de lidar com as diferenças e a tendência de valorizar só quem está dentro dos padrões estabelecidos? Em contraste com a organização de tempo do filho problemático, pai, mãe e irmão seguem o script de uma vida produtiva. A cena que sintetiza esta ideia chega a ser hilária – vemos os três cumprindo rituais e tarefas cotidianas prosaicas em uma “rotação” acelerada, uma crítica clara ao ritmo frenético que temos de imprimir em nossas ações para conseguirmos um lugar ao sol na sociedade contemporânea. O valor está nessa pressa, na hiperatividade, como se isso fosse sinônimo de determinação, empenho. Fica evidente no filme a inadequação não só do sistema de ensino como do ambiente familiar: ambos falhavam repetidamente com o garoto, exigindo que se adequasse a padrões de funcionamento e comportamento, que, na verdade, o impediam de aprender a partir de sua forma de olhar e compreender o mundo. A lição que aprendemos com o filme é de suma importância, uma vez que sempre houve aquela generalização nos sistemas de ensino, mas não é bem assim. Cada criança tem sua maneira diferente de aprender, de lidar com as situações e só porque ela não se adapta de alguma forma com o jeito convencional, não significa que ela deva ser esquecida e deixada de lado. Nikumb é um professor maravilhoso, que entende os problemas de Ishaan e o ajuda a conviver com sua dislexia, aos poucos, Ishaan vai percebendo que sua diferença não é algo ruim e logo se torna um aluno como qualquer outro na escola. Suas notas aumentam, os professores começam a elogiá-lo e seus pais finalmente compreendem que o filho é perfeito da maneira que ele é. Somos Todos Diferentes é o tipo de filme que todo mundo deveria ver um dia, trata de variadas questões, entre elas do sistema educacional e dos valores familiares, além do modo como mais tarde as pessoas se inserem na sociedade. É um filme muito bem feito, com ótimos atores e com uma trilha sonora impecável.


https://www.youtube.com/watch?v=fK09tpyvEr4



Videoaulas


1. Videoaula “Você tem cultura?”

Sinopse: Vídeoaula sobre cultura e suas múltiplas manifestações baseado no texto Você tem cultura?, de Roberto da Matta.

https://www.youtube.com/watch?v=fIJa_xNpzCU


2. Videoaula “Diante do Outro”, Rastros filmes, 2008.

Sinopse: Documentário que busca revelar a necessidade de enxergar o outro, que mesmo não sendo nós, faz parte do que somos.

https://www.youtube.com/watch?v=nvO7HP4aw5M


3. Videoaula “Cultura um conceito antropológico”

https://www.youtube.com/watch?v=CwoCGQTm_io



Entrevistas


1. Entrevistas com o antropólogo Roberto da Matta


Intérpretes do Brasil - Roberto Da Matta- Parte 1

https://www.youtube.com/watch?v=fKhQNNSrGvk

Intérpretes do Brasil - Roberto Da Matta- Parte 2

https://www.youtube.com/watch?v=DU6hW8XiaV0

Roberto Da Matta - Rituais de identidades e identidades rituais

A partir de sua teoria sobre o que são o espaço da casa e da rua na realidade brasileira, DaMatta trabalha com o conceito de que identidades são papéis sociais. E como tal, o que fazemos no dia a dia é justamente desempenhar papéis em função do que significam os espaços em que estamos inseridos a cada momento.
https://www.youtube.com/watch?v=mIOR1PnsO6A



Conferências


1. Mia Couto - Literatura política e as utopias

https://www.youtube.com/watch?v=CQoUskJVvfw

2. Mia Couto - Repensar o pensamento

https://www.youtube.com/watch?v=ahb9bEoNZaU

Aula Magna UFRGS com Mia Couto - "Guardar memórias, contar histórias e semear o futuro"

https://www.youtube.com/watch?v=IZtc11Bn0M0



Exposições


Exposição 6 bilhões de Outros, MASP, SP, 2011

http://planetasustentavel.abril.com.br/noticia/cultura/6-bilhoes-outros-video-exposicao-chega-sp-625442.shtml

Exposição fotográfica outdoors Bahia - projeto "Salvador Negroamor"

http://www.sergioguerra.com/
http://www.fundacaonegroamor.org.br/quem-faz/

Exposição Tous parents, tous différents (Todos parentes, todos diferentes), França

A exposição tem por objetivo compreender que para além das diferenças físicas e culturais, os homens pertencem todos a mesma espécie e formam uma grande família, pois compartilham de uma material genético herdado de seus ancestrais comuns. Cada uma é, portanto, único e diferente de todos os outros por sua carta de identidade genética.


Vídeo Tous Parents, tous différents

Nós temos todos dois pais, quatro avós, 8 bisavós, etc. Neste vídeo da série Corpus, o biologista Pierre-Henri Gouyon, do Museu Nacional de História Natural, explica que se a genética permite de demonstrar que todos os humanos são parentes até um certo grau, ela também ajuda a compreender porque nós somos ao mesmo tempo diferentes.

Co-production Canopé-CNDP, Universcience, MGEN, Inserm, Educagri. Le Monde.fr

http://www.lemonde.fr/sciences/video/2015/03/25/tous-parents-tous-differents_4601153_1650684.html
http://www.dailymotion.com/video/x2k2w8e_tous-parents-tous-differents_school


Exposições fotográficas Pierre Verger

http://www.pierreverger.org/br/
http://www.pierreverger.org/br/acervo-foto/portfolios.html


Referências bibliográficas

Livros

1. DA MATTA, R. Relativizando: uma introdução à Antropologia Social. Rio de Janeiro: Rocco, 1991.

2. GEERTZ, Clifford. A interpretação das culturas. Rio de Janeiro: LTC, 1989.

3. LAPLANTINE, F. Aprender antropologia. São Paulo: Brasiliense, 2007.

4. LARAIA, R.B. Cultura. Um conceito antropológico. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed., 1986.

5. OLIVEIRA, R.C. O trabalho do antropólogo. Brasília: Paralelo 15; São Paulo: Editora UNESP, 2006.

6. SANTOS, R.J. Antropologia para quem não vai ser antropólogo. Porto Alegre: Tomo Editorial, 2010.

7. GURAN, M. Documentação Fotográfica e Pesquisa Científica: Notas e Reflexões. Prêmio Funarte Marc Ferrez de Fotografai, 2012. Disponível em:< http://www.labhoi.uff.br/node/1905>. Acesso em: 03 fev. 2016.

8. MARTINS, J. S. Sociologia da fotografia e da imagem. 2. ed., 1ª reimpressão. São Paulo: Contexto, 2013. 206p.

9. ACHUTTI, L. E. R. Fotoetnografia da Biblioteca Jardim. Porto Alegre: Editora da UFRGS: Tomo Editorial, 2004. 319 p.

10. CAVALLI-SFORZA, Luca, CAVALLI-SFORZA, Francesco. Quem somos? História da diversidade humana. São Paulo: Editora UNESP, 1998.

https://books.google.com.br/books?id=K0aBdCohdKYC&pg=PA6&lpg=PA6&dq=exposição+todos+parentes,+todos+diferentes&source=bl&ots=VSIpvV83Gs&sig=YmdbVWI6xDohrcNYIMsXAqh6JMA&hl=pt-BR&sa=X&ved=0ahUKEwibxqaW1ZTOAhXEI5AKHT4vDBc4ChDoAQhDMAo#v=onepage&q=exposição%20todos%20parentes%2C%20todos%20diferentes&f=false



MIA COUTO, algumas obras:


Terra Sonâmbula. 2007.

Dois personagens sem história - um menino que não se lembra de seu passado e seu protetor, que somente em brincadeira aceita ser chamado de pai – vagam em território africano em busca de um lugar escondido, para não se tornarem alvo de bandos em guerra. Em uma estrada erma e poeirenta, encontram um machimbombo, que no linguajar local quer dizer autocarro ou ônibus. O veículo, que está incendiado, vai lhes servir de abrigo. Entre os corpos carbonizados, o menino acha uma mala com cadernos manuscritos pelo garoto Kindzu, vítima das guerrilhas que assolam o país. A partir daí, tem inícioTerra Sonâmbula, do escritor moçambicano Mia Couto, que mescla histórias recheadas de motivos da cultura oral africana à guerra que apaga as identidades de cada um.
O livro traz como pano de fundo a devastação de Moçambique por sucessivos confrontos. De 1965 a 1975, a batalha é contra o domínio português. Após a independência, em 1975, outro conflito se sucede. Disputas internas entre os partidos Renamo e Frelimo ocorrem de 1976 a 1992 e fazem vítimas indiscriminadamente. O romance, que retrata o último período dessa guerra civil, foi publicado pela primeira vez em 1992, quando foi assinado o Acordo Geral de Paz entre os dois grupos, que hoje disputam pacificamente as eleições.
O menino Muidinga e o velho Tuahir encantam-se com a narrativa descrita pelos diários de Kindzu. Os cadernos ajudam a recuperar a humanidade que eles perderam. O “escritor” é o único a contar sua história familiar. Com uma mãe que leva diariamente comida para o fantasma do pai morto, Kindzu sai de casa para tentar se tornar um guerreiro local naparama. Suas aventuras, seus amores e dilemas pessoais somam-se aos de personagens igualmente complexas, que aparecem e desaparecem, ora se apoiando em crenças, muitas vezes fantasiosas, ora se desprendendo da tradição para garantir a sobrevivência. Enquanto isso, Muidinga e Tuahir permanecem no machimbombo, observando a alternância da paisagem minimalista e inóspita em que apenas as hienas, comedoras de mortos putrefatos, se contentam, debochando da morte espalhada por toda a parte.
Em seus cadernos, Kindzu tenta entender o conflito, porém não há indicação de solução: “tinha que haver guerra, tinha que haver guerra, tinha que haver morte. E tudo era para quê? Para autorizar o roubo. Porque hoje nenhuma riqueza podia nascer do trabalho. Só o saque dava acesso às propriedades. Era preciso haver morte para que as leis fossem esquecidas. Agora que a desordem era total, tudo estava autorizado. Os culpados seriam sempre os outros.
- Pode acabar o país, Kindzu. Mas, para nós, dentro de nós essa guerra nunca mais vai terminar”, diz a amada do escritor dos cadernos, a talvez prostituta Farida, que para a população devia morrer por infringir as normas de comportamento locais.
Em seu absurdo, a guerrilha se torna inexplicável: “nem isto guerra nenhuma não é. Isto é alguma coisa que ainda não tem nome”, diz um amigo de Kindzu, que vê os confrontos como resultado de uma guerra-fantasma, com um exército-fantasma, “temido por todos e mandado por ninguém”. “E nós próprios, indiscriminadas vítimas, nos íamos convertendo em fantasmas”, sentencia a personagem que antecipa o sonambulismo do país.
O espectro do pai louco ronda toda a narrativa de Kindzu, em uma metáfora da desumanização promovida pela guerra, que transforma os vivos em vivos-mortos e os mortos, insepultos, em assombrações ou xipocos, que é como se chamam os fantasmas em Moçambique.
Em uma aparição, o alucinado pai de Kindzu é quem, com lucidez, aborda uma sugestão central da trama: em terreno de guerra, onde o conflito se perpetua na supressão da humanidade do homem, talvez somente a literatura e os sonhos possam realizar o propósito de nos “despirmos deste tempo que nos fez animais”:
“- Mas pai, o que passa com esta nossa terra?
- Você não sabe, filho. Mas, enquanto os homens dormem, a terra anda a procurar.
- A procurar o quê, pai?
- É que a vida não gosta de sofrer. A terra anda a procurar dentro de cada pessoa, anda a juntar os sonhos. Sim, faz de conta ela é uma costureira dos sonhos”.
Ao final, a imagem das folhas do diário que se espalham pela estrada, ao vento, e a conversão das letras em grãos de areia apontam, quem sabe, através de uma literatura que fale sobre e se torne terra, para a possibilidade de retorno a uma lembrança do que foi ser gente.
COUTO, Mia. Terra Sonâmbula. São Paulo: Companhia das Letras, 2007.
Por: Por Mariana Castro Alves. 12/11/14. http://pre.univesp.br/terra-sonambula-de-mia-couto#.V5jycGB40uk



Um Rio Chamado Tempo, Uma Casa Chamada Terra. 2003.

https://books.google.com.br/books/about/Um_rio_chamado_tempo_uma_casa_chamada_te.html?id=F39fAAAAMAAJ&redir_esc=y

Venenos de Deus, remédios do Diabo: as incuráveis de Vila Cacimba. 2008.

https://books.google.com.br/books?id=ONOW1Iv7kcgC&printsec=frontcover&hl=pt-BR&source=gbs_ge_summary_r&cad=0#v=onepage&q&f=false

Estórias Abensonhadas. Contos. 2012.

https://books.google.com.br/books/about/Estórias_Abensonhadas.html?id=Lqw2c5bGIb0C&redir_esc=y

Cada homem é uma raça. Contos. 2013.

https://books.google.com.br/books/about/Cada_Homem_é_uma_Raça.html?id=xsVBeyzkciUC&redir_esc=y&hl=pt-BR



Capítulos de livros

1. TAVARES, Julio Cesar de. Desconstruindo a invisibilidade: raça e políticas da cultura visual no Brasil e na América do Sul - Escassez de respeito e reconhecimento. In: Modos de fazer: caderno de atividades, saberes e fazeres / [organização Ana Paula Brandão]. - Rio de Janeiro: Fundação Roberto Marinho, 2010. (A cor da cultura ; v.4)


Artigos

1. SANTIAGO JÚNIOR, Francisco das Chagas Fernandes. Imagem, raça e humilhação no espelho negro da nação: cultura visual, política e “pensamento negro” brasileiro durante a ditadura militar. Revista Topoi, v. 13, n. 24, jan.-jun. 2012, p. 94-110.

Projetos

A cor da cultura

A Cor da Cultura é um projeto educativo de valorização da cultura afro-brasileira, fruto de uma parceria entre o Canal Futura, a Petrobras, o Cidan - Centro de Informação e Documentação do Artista Negro, o MEC, a Fundação Palmares, a TV Globo e a Seppir - Secretaria de políticas de promoção da igualdade racial. O projeto teve seu início em 2004 e, desde então, tem realizado produtos audiovisuais, ações culturais e coletivas que visam práticas positivas, valorizando a história deste segmento sob um ponto de vista afirmativo.
http://www.acordacultura.org.br

Programa Heróis de todo mundo

Não, não é uma série sobre o Super-homem ou o Batman. Heróis de todo mundo é uma série de interprogramas que quer mostrar ao público comum que aqui mesmo, no Brasil, existem Heróis. Heróis porque quebraram barreiras, que venceram apesar dos enormes obstáculos enfrentados, que lutaram por uma vida melhor para todos. Ah! E são negros.
http://antigo.acordacultura.org.br/herois/

Livros animados no youtube:

A cor da cultura 1 - https://www.youtube.com/watch?v=e7sZ1o9bxmE

A cor da cultura 2 - https://www.youtube.com/watch?v=nQaKwLywfus

A cor da cultura 3 - https://www.youtube.com/watch?v=s3DvwHSP4d4

Inventar com a diferença - cinema e direitos humanos

Secretaria de Direitos Humanos - Governo Federal
http://inventarcomadiferenca.org/

O projeto visa oferecer formação e acompanhamento a educadores de escolas públicas de todo o país para trabalho com vídeo em torno da temática do cinema e dos Direitos Humanos em suas escolas. Com os vídeos o projeto espera compartilhar saberes e práticas para que todos aqueles interessados em levar o cinema e os direitos humanos para a educação possam fazê-lo.