Situação Sócio-político-econômica

Na década de 1920 o Brasil ainda era um pais com economia de perfil colonial onde os setores ligados à exportação começavam a perder terreno graças ao inicio do desenvolvimento das indústrias (IGLESIAS, 1981). Com a emergência da industrialização surgem interesses que começam a se chocar com os da burguesia agrária.

Esta década foi marcada, ao nível mundial, por manifestações políticas que refletiam as contradições estruturais determinadas pelas crises oriundas do Estado Liberal Oligárquico, pela crise social, ideológica e cultural, pela I Guerra Mundial e pela Revolução Russa, além da Crise do Liberalismo e de novas posições da Igreja Católica ante ao Estado. Para Soares (1982, p. 2) "A ação simultânea destas circunstâncias foi a responsável pelo desencadeamento do processo de transição da sociedade agrário-exportadora para a sociedade urbano-industrial".

De 1922 a 1930 se dá, no Brasil, o que Silva (1978) chama das Três Revoluções:

  • A revolução política, com os 18 do Forte;
  • A revolução estética, através do movimento da Semana de Arte Moderna, em São Paulo;
  • E a revolução espiritual, caracterizada pela publicação dos livros A Igreja, a Reforma da Civilização, do Padre Leonel Franca e Pascal e a Inquietação Moderna, de Jackson de Figueiredo.

No contexto da restauração católica, Jackson de Figueiredo pode ser considerado como o intelectual colocado pela Igreja a seu serviço para esta tarefa de recatolicizar o Brasil.

As ligações que se possam estabelecer entre o pensamento jacksoniano e a oligarquia cafeeira são muito mais as ligações da Igreja com a mesma, expressas através do seu discurso e da sua ação.

Sob o ponto de vista eclesiástico a Romanização da Igreja Católica pode ser encarada "como uma retomada da autoridade pontifícia". No Brasil corresponde a uma reestruturação interna do aparelho religioso para enfrentar a separação Igreja/Estado. Na Europa, a Santa Sé reforça o seu poder espiritual já que havia perdido o poder temporal (OLIVEIRA, 1980).

Sob o ponto de vista da sociedade, significava o combate à religiosidade popular. Oliveira (1980) diz que a Igreja tinha interes­se em combater o catolicismo popular que constitui uma barreira "à incorporação dessas massas ao modo de produção capitalista."

Para um aprofundamento do panorama político, social e econômico do cenário do surgimento do Serviço Social no Brasil sugerimos a busca da série "História do Brasil" apresentada pelo historiador Boris Fausto, especialmente à denominada "Era Vargas". Esta série foi produzida pela TV Escola e utilizando imagens de arquivo e documento analisa a história do Brasil do período Colonial até os dias atuais.



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