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Cubismo e primitivismo

Cubismo: múltiplas dimensões

Émile Soldi: As artes antigas da América, Peru, México e Guatemala [1]

Em 1492 uma novidade maravilhosa irá surpreender a Europa. Além-mar, um novo mundo acabava de ser encontrado. Um italiano a serviço da Espanha, Colombo plantava a cruz nessas regiões onde ela era desconhecida, regiões feéricas, com populações consideráveis, que possuíam imensos tesouros em ouro, prata, pedras preciosas de toda sorte. Logo todos os aventureiros da Espanha lá foram procurar fortuna: Pizarro no Peru, Cortez no México; graças ao terror que inspiraram esses homens desconhecidos, de pele branca, cujas armas reluzem, eles conquistaram esses países, eles roubam, eles queimam, e, por meio da Santa Inquisição, em nome de Sua Majestade Católica, eles exterminam em massa ou assujeitam a população. É em meio a essas riquezas que a Espanha pode estender sua pesada mão sobre metade da Europa, até o dia em que, tendo esgotado todas as suas colônias, ao mesmo tempo em que perdeu toda a sua energia, ela se vê obrigada a deixar os dois mundos.

Templo mexicano, na base de uma pirâmide em Téocali.

Na América, essa liberação não passou de uma mudança de escravidão. A conquista havia sido demasiado rude. Sua civilização, que não se teve mesmo tempo de estudar, que apenas fora entrevista, havia desaparecido. Coisa estúpida, mas, no entanto, muito real, e que reencontramos continuamente na história, o desdém pela raça vencida foi tão grande que ainda persiste, e as obras de arte dessas nações que a civilização europeia começou por mutilar são ainda hoje negadas ou ridicularizadas.

Alguns exemplares que chegaram à Europa, pequenos monumentos, ídolos ou fetiches de uma arte inferior como aquela de nossos campos, pareciam dar razão a esse desdém. Os grandes monumentos haviam sido destruídos ou eram difíceis de reencontrar. Quando conheceram outra vez a luz do dia, os desenhistas que os reproduziam foram acusados de havê-los embelezado e mesmo quase inventado.

Depois essa civilização foi objeto de numerosas pesquisas da parte de etnógrafos e de filólogos; mas as obras de arte que ela produziu foram antes mencionadas como complemento nas discussões dogmáticas, do que tomadas como objeto de um estudo particular. Esse estudo nos parece, contudo, se fosse seguido com mais cuidado pelos sábios americanistas, dever conduzir a induções importantes sobre a origem e o desenvolvimento das artes tão curiosas, tão bizarras da América. Um pouco de luz projetada sobre certas partes ainda misteriosas dessas artes poderia demonstrar que cometemos a respeito delas muitos erros e que não conhecemos melhor sua técnica do que sua estética, ao menos no que concerne ao México, à Yucatán e mesmo ao Peru. [2]

Após a missão que o Sr. Wiener realizou entre 1875 e 1877, no Peru e na Bolívia, para o Ministério da Instrução Pública, cerca de quatro mil peças de todos os gêneros foram reunidas, e um conjunto tão perfeito permite, pela primeira vez na França, apreciar e estudar a civilização dos Incas e mesmo aquela que os antecedeu.

Quanto ao México, a ciência e a dedicação do Sr. Alphonse Pinart nos valeram uma coleção de obras de arte produzidas pelas antigas tribos que dividiam o México antes da conquista e os primeiros elementos de estudos arqueológicos para a Colômbia e o Equador, isto é, os primeiros espécimes da escultura toda particular dos antigos índios andaquiés, espécimes provenientes da bela exploração do Sr. Édouard André. São obras curiosas que estudaremos com cuidado no próximo volume.

Graças às coleções desses viajantes, que compreendem desde a terracota mais primitiva até o vaso esplêndido, desde a arma de madeira mal desbastada até o tecido mais vulgar ou mais brilhante, desde o objeto cuja data não saberíamos precisar em dez séculos atrás até o objeto pré-histórico contemporâneo, esse conjunto tal como se apresenta, recolhido na imensa rota pelos sábios franceses, representa todo o Peru e todo o México. É com essas coleções que a história completa desses curiosos países entra em nossos museus. Ao casá-las com as coleções que ela já possui, a França não mais teme qualquer competição. Quase tão rico quanto a Inglaterra e a Alemanha, mais rico do que todos os museus sul-americanos reunidos, o museu francês pode ser considerado como um dos mais completos entre todos aqueles que existem.

ÍNDIA DE PUNO

Busto de Émile Soldi, executado a partir dos documentos dados pelo sr. Wiener ao Musée du Trocadéro – Gravura extraída de l’Artiste

Nenhum povo da antiguidade empregou materiais tão diferentes quanto as diversas populações da América. Encontramos alternadamente na estatuária transatlântica obras executadas nas seguintes substâncias, que classificamos em dez categorias:

  1. As pedras finas, tais como o jade de diversas tonalidades, a obsidiana, a calcita;
  2. As pedras duras, o granito, cinza, negro, rosa, o porfírio, a serpentina, o basalto e o teotetl ou pedra divina, espécie de jaspe negro;
  3. As pedras macias, calcários de diversas naturezas;
  4. O ouro, a prata e o cobre;
  5. A madeira;
  6. O gesso sozinho ou misturado com seixos;
  7. O estuque;
  8. A terracota;
  9. Os panos;
  10. O milho.

ÍNDIA DE PUNO

Busto de Émile Soldi, atualmente no Musée du Trocadéro – Gravura extraída de l’Artiste

E de início, será permitido que admitamos a priori o instinto artístico das raças indígenas da América, mesmo daquelas das quais não nos resta mais do que ensaios relativamente bárbaros.

Há pouco tempo executamos a estátua de um pequeno peruano que o sr. Wiener trouxe dos arredores de Cusco, e cujos traços característicos atestam a pureza da raça [3] Esse pequeno rapaz, com no máximo 12 anos, se diverte, durante um momento de repouso, em tomar argila da qual nos servimos para trabalhar e em com ela formar séries de pequenos figurinos de vulto redondo verdadeiramente extraordinários para uma criança dessa idade. Os bois de longos chifres, os carneiros, os pássaros com as asas abertas se sucediam então sob suas mãos com uma justeza de proporções, de verdade, de detalhes observados que não deixa a desejar nada além de um pouco mais de movimento nas atitudes e no métier do escultor, para permitir a ele que bem os termine. Nosso pequeno peruano se servia da mão esquerda e modelava sem hesitação, com uma rapidez muito grande. O Pastor não tardou em reunir-se ao rebanho. O conjunto foi em seguida colocado em um navio perfeitamente aparelhado, e capaz de conduzir a tripulação a bom porto, se o pequeno artista, volúvel em suas ideias, não tivesse bruscamente modificado a cena. O mastro do navio se transformou em uma vara, cujos braços principais carregavam os animais. Dois deles, os mais altos, pareciam mesmo querer combater. O pássaro voa sobre o dorso do boi, e o Pastor, a partir de agora sem emprego, torna-se um formidável guerreiro, com grandes olhos e com grandes bigodes que conferiam à sua enorme cabeça uma expressão terrível. Atrás dele uma pequena mulher, uma cativa sem dúvida, o seguia, carregando seus filhos nas costas. Deste modo, os temas mais variados, mais verdadeiros, assim como os mais fantásticos, eram concebidos pelas mãos inexperientes dessa criança. A inteligência que testemunha, de resto nisso como em qualquer coisa, esse filho de pobres habitantes de um dos mais miseráveis vilarejos do Peru, nos fez compreender que a raça à qual pertencia deve ter amado e cultivado as artes com proveito, antes que a conquista fizesse pesar sobre seu espírito quatro séculos de miséria e de escravidão.

RETRATO DE UMA CRIANÇA NASCIDA EM CUSCO (PERU), EM 1866, MORTA EM PARIS, EM 1880

Estátua (tamanho natural) de Émile Soldi. – Doada pelo autor ao Musée ethnographique.

Tudo é discutível, nada está estabelecido com relação às origens da civilização peruana (assim como em relação àquela do México). Em tese geral admitimos um grau maior ou menor de barbárie antes da chegada de Manco-Capac e de Mama-Oello, os dois primeiros civilizadores. Manco-Capac encontra estabelecido o culto do sol em todo o país, ele declara que é seu filho, [4] e que ele é encarregado de instruir e de governar os homens; enfim, ele funda a cidade de Cusco, substituindo as choupanas e as cavernas disseminadas pelo país, que eram até então as únicas habitações dos peruanos. Tudo se deve a ele. A cifra dos sucessores de Manco-Capac, cifra não discutida, dá apenas doze soberanos ou Incas desde o reformador até a Conquista. A média de vinte anos apenas admissível para cada reino dá somente um período de duzentos e quarenta anos. Muitos pretendem que os peruanos tenham podido, em um período assim relativamente curto, chegar a uma civilização completa. Nesse caso, seria preciso que o par reformador tivesse trazido consigo todos os elementos e os materiais de uma civilização avançada, que não poderíamos mais do que copiar ou fazer progredir.

TRAJE DE GUERREIRO PERUANO ANTIGO

Caçador com sarbacana – L’Art

O sr. Wiener não se pronuncia em seu livro sobre essas questões. Se, apesar desse exemplo de prudência, ousamos emitir nossa opinião, tenderíamos no entanto a crer que a civilização doada por Manco-Capac foi antes obra sua do que uma importação estrangeira; seu sistema de realeza divina, a legislação, o culto, a organização do exército, tudo é essencialmente original e não tem modelo em parte alguma; não apenas nada aqui lembra as antigas civilizações da Europa, mas nada se aproxima das mais antigas civilizações americanas; e a indústria do primeiro dos Incas se parece apenas de muito longe com a indústria dos diversos povos vizinhos.

Também encontramos uma grande diferença entre as duas civilizações peruana e mexicana; a religião peruana não admite esses seres hediondos e bizarros devidos à imaginação desregrada dos mexicanos; seus principais deuses, o Sol, a Lua, as estrelas, os benfeitores aos quais devemos a vida, o calor e a luz, não exigem, ao menos desde o primeiro Inca, sacrifícios humanos.

Seu culto nada tinha de cruel, e se por vezes sacrificavam animais, na maior parte do tempo ofereciam no altar apenas vegetais ou outros objetos preciosos devidos aos benefícios da divindade.

O contrário existia no México: nesse país encontramos uma religião toda marcada por uma forte imaginação, imaginação excessiva no horrível, religião que testemunha o medo, o pavor produzido pelos grandes fenômenos da natureza tão poderosa, tão terrível sobre essa terra de vulcões e de epidemias. Também nessa natureza tão variada de produções e de efeitos, o artista procurou esgotar todas as formas, todas as transformações, todas as multiplicações que lhe foram sugeridas por seu espírito, em meio a uma sociedade guerreira e, sobretudo, supersticiosa, infeliz na base, pomposa no topo.

A maior parte das pessoas que escreveram sobre a América jamais deixou de comparar os monumentos desse continente com aqueles das antigas civilizações da Ásia e da África; as hipóteses foram tão numerosas, as asserções tão diversas e por vezes tão estranhas, que sua própria abundância faz compreender o quanto a ciência sobre esse ponto no mais das vezes se engajou em um falso caminho.

Existe um certo número de formas dadas pela natureza, e que todos os povos adotam quando chegam a um certo grau de civilização.

Tais são: a forma piramidal para os templos, a forma ovóide para o vaso, os meandros e a grega, as torceduras, os ziguezagues nos países onde se encontra a argila. As analogias de estilo, de trabalho e de matéria das estátuas americanas com aquelas do Egito eram forçadas, e apesar das lembranças que provocam as representações dos templos peruanos visitados pelo sr. Wiener (principalmente a porta de Huanucho-Viejo, cuja forma é a mesma daquela dos templos egípcios [Ver o título]), pensamos que é preciso se abster até nova ordem de todas as hipóteses que possam vir ao espírito.

A ciência dos dois mundos, desde um meio século, acumulou sobre esse tema um número inacreditável de obras sem chegar a outra coisa do que aumentar a confusão; e como encontramos na arte americana, tanto no ramo dos maias como no dos naias, todos os sinais de um desenvolvimento lento e difícil, estimamos que, como disse muito bem um naturalista: “Ali onde a árvore cresce, quando não podemos demonstrar que foi para ali transplantada completamente crescida, é mais simples pensar que ali tenha sido semeada pela natureza”.

Em todas as grandes monarquias antigas, assíria, egípcia ou mexicana, a finalidade da pintura e da escultura era retraçar seja a pujança real, seja aquela da divindade, mostrar as homenagens, os tributos, o terror que elas impunham às massas. Se quisermos levar em conta em toda representação artística a diferença de costumes, de traços de raça, veremos que quase todas se detiveram em um mesmo grau, naquele do ordenamento claro, da verdade ingênua, da expressão simples e justa que era toda a finalidade da arte, e que todas tentaram pouca coisa mais.

Tomemos três baixos-relevos antigos: um assírio em adoração diante de Bel, um egípcio diante de Osíris, um mexicano diante do Sol, e nós os encontramos quase no mesmo movimento, sempre apresentados de perfil, e os braços erguidos em sinal de adoração. Se a matéria é dura - como no Egito -, o contorno bastará para a expressão artística; se ela é friável, como na Assíria, o detalhe será incisivo; se ela é modelada no estuque, como no México, a forma será doce e e em si mesma o meio. Assim a diferença da matéria será quase a causa principal da beleza do baixo-relevo mexicano; o tema e, por conseguinte, a composição relembram, como sempre, as egípcias e as assírias. O artista é igualmente impedido pelas mesmas dificuldades, os pés na figura em baixo-relevo de face, o olho sempre em perfil; ele ignora a perspectiva e não sabe agrupar as personagens, último progresso na arte que apenas os gregos atingiram na antiguidade.

Não devemos procurar no México o solene colosso do faraó egípcio cuja silhueta severa, calma, nua, se encontra tão bem em harmonia com as grandes linhas do deserto ou do Nilo. Ao contrário, os acessórios, os inumeráveis detalhes do ídolo mexicano se enquadram perfeitamente em meio à produção variada ao infinito, às formas ricas e poderosas do país. Daí o defeito visível, palpável dessa escola. Certas regiões manifestam mais particularmente qualidades de linhas e de desenho, e seu caráter se enquadra então ainda melhor nas severidades da escultura; outras, e o México está entre essas, surpreendem mais o olho pelas maravilhas da cor. Tanto os mexicanos como os peruanos parecem ter sido muito sensíveis ao brilho e à cor dos minerais de suas regiões, que se tornaram os principais elementos de sua arte.

É certo que as belas artes foram particularmente encorajadas na antiga América. Sabemos que os escultores e os arquitetos mexicanos, isentos de diversos impostos, formavam uma classe privilegiada, do mesmo modo que os pintores ou ainda os hierogramatas.

Os autores indígenas nos ensinam que os reis de Tenotchitlan e de Tezcucas dignavam-se a dirigir seus trabalhos e que o filho de um dos soberanos mais célebres do século XV, o príncipe Kuetzin, era um dos melhores estatuários de seu país. E ainda que nenhum nome de artista assírio ou egípcio tenha chegado até nós, conhecemos os nomes de Zilomantzin e de Moquihuitzin, os dois arquitetos que foram encarregados, em cerca de 1432, sob a direção de seu soberano, Metzahualcozotzin (aquele que os missionários chamaram de Salomão do Novo Mundo), de construir os maravilhosos palácios do rei de Tezcuco. Sabemos que Zilomantzin era senhor de Culhuacan e que Moquihuitzin comandava a cidade de Tlateloco.

Em outros casos, o México lembra as antigas monarquias orientais, pela grandeza e pelos meios de execução de suas manifestações artísticas. Um dos templos do México, um teocali, supera mesmo em altura a pirâmide de Gisé. Os cem mil egípcios que Heródoto pretende que tenham sido empregados na construção são superados pelos duzentos mil índios que os arquitetos do México tinham sob suas ordens, e os dez mil índios que conseguem apenas, ao transportar um bloco de granito, deixá-lo cair em um lago, nos lembram os milhares de egípcios por vezes obrigados a abandonar no caminho esses colossos e esses obeliscos que não podiam manobrar.

A semelhança se acentua ainda nos templos do México que lembram as pirâmides em degraus do antigo Oriente, e nos grandes baixos-relevos analíticos que fazem pensar naqueles da Assíria.

Mas, nos perguntamos, por que as artes das antigas civilizações americanas são tão mal julgadas?

“Devemos atribuir essa imperfeição de sua escultura a uma falta de gosto? Perguntou ainda ontem o sr. Charnay, em uma carta escrita do México [5] Seria talvez algum princípio hierático que mantinha esse estilo, como sabemos que aconteceu em certos países? Ou antes careciam dos instrumentos necessários para trabalhar a pedra dura? Suas esculturas, algumas ao menos, parecem ter sido executadas por frotamento, e certamente seria difícil atingir a perfeição dessa maneira. Mas se examinarmos as espécies de seus vasos ou dessas pequenas figuras de terracota, elaboradas em um material menos refratário, julgamos que são verdadeiras obras-primas, verdadeiros trabalhos de arte”.

A resposta é bem simples. Ao lado das maravilhas, infelizmente perdidas em meio às florestas da América que recuperam o solo abandonado das antigas cidades, nossos museus até aqui mostraram apenas produções secundárias em todos os gêneros, de uma barbárie, ou antes de uma ingenuidade de execução seguidamente grotesca. Os templos de Yucatan, os mais belos da América antiga, são decorados com baixos-relevos em estuque ou em pedra macia, e geralmente as coleções da Europa possuem apenas ídolos de porfírio, de granito, ou amuletos de jade ou de obsidiana.

Nenhum país, mesmo o Egito, demonstra de um modo tão curioso e tão completo o quanto os procedimentos, o instrumento que talha a pedra, e a dureza da mesma, podem dar a uma obra de arte um aspecto ou um caráter particular.

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[1] Fonte: SOLDI, Émile. Les arts anciens de l’Amérique, Pérou, Mexique et Guatemala, part I. In: _____. Les arts méconnus. Les nouveaux musées du Trocadéro. Paris: Ernest Leroux Éditeur, 1881. p. 333-348.

Trad. Daniela Kern. As imagens aqui reproduzidas acompanham o texto original.

[2] Entre os livros novos que mais poderão contribuir para retificar os julgamentos sobre a América, é preciso citar em primeiro lugar o magnífico volume ornado com 120 gravuras intitulado Pérou et Bolivie, do sr. Charles Wiener, o melhor sobre esse tema publicado até hoje. Hachette, 1879. N. A.

[3] Ver a gravura em anexo. N. A.

[4] Manco-Capac ordenava que fosse adorado como deus principal o Sol, dizendo-lhes: “Que havia muita diferença entre a luz e a beleza desse astro em relação à horrível deformidade de um sapo, de um lagarto, de uma serpente e de outros répteis que eles tinham como deuses” (GARCILASO, livro II, capítulo 1, Idolatria da segunda era e sua origem) – “Eles no entanto, convencidos por esse argumento, mas ainda mais pelas grandes benesses que haviam recebido, e desabusados por seus próprios olhos, resolveram enfim adorar apenas o Sol, sem dar a ele por companheiro nem pai, nem irmão” (GARCILASO, mesmo capítulo). N. A.

[5] Journal des Débats, mercredi 8 septembre 1880. Esse artigo já havia aparecido em Art seis meses antes da questão colocada pelo sr. Charnay. N. A.