Piaget
[...] Inscrevendo-se assim no quadro geral da equilibração, a natureza desses poderes que engendram procedimentos e possíveis se prende essencialmente ao funcionamento da acomodação. Todo esquema de assimilação (presentativo, portanto) tende a se alimentar, mas não se trata ainda senão de uma extensão possível de seu conteúdo. Em compensação ele é, em diversas circunstâncias, obrigado a acomodar-se a novas situações e os "poderes" dos quais falamos são expressão variável, de um nível ao seguinte, dessa capacidade de acomodação; o "possível" resulta assim de uma atividade acomodatícia em busca de sua forma de atualização, dependendo esta ao mesmo tempo da flexibilidade e solidez dos esquemas e das resistências do real (PIAGET, 1985, p.10).
Montangero e Maurice-Naville
[...] O conceito de acomodação dá conta, na interação do sujeito e do objeto do conhecimento [...]. Esse processo pode tomar a forma de simples melhorias funcionais (ajustamento mais preciso de um esquema a seu objeto) ou de diferenciações produzindo novos esquemas (ou novos subsistemas) ou ainda, de seleções de conhecimentos apropriados ao contexto (MONTANGERO; MAURICE-NAVILLE, 1998, p. 99).