Piaget
[...] O possível não é algo observável, mas o produto de uma construção do sujeito, em interação com as propriedades do objeto, mas inserindo-as em interpretações devidas às atividades essas que determinam, simultaneamente, a abertura dos possíveis cada vez mais numerosos, cujas interpretações são cada vez mais ricas (PIAGET, 1985, p. 07).
Montangero e Maurice-Naville
[...] A abertura para os possíveis é uma "dinâmica interna" em que consiste em se desprender das "pseudonecessidades" nas quais crê a criança pequena e a imaginar variações possíveis do estado das coisas (por exemplo, as posições ou trajetórias de um objeto, as diversas formas de construções possíveis a partir de um estado inicial). O fato de imaginar uma variação desse gênero conduz o sujeito a pensar que outras variações são possíveis, daí um processo contínuo de abertura, no qual a acomodação desempenha papel essencial (MONTANGERO; MAURICE-NAVILLE, 1998, p. 74).
Outras referências
[...] é que os possíveis estão constantemente em devenir e não comportam características estáticas; isto quer dizer que um possível "torna-se possível" quando atinge o nível do atualizável ou quando é concebido como tal por um sujeito ou não apenas concebido, mas também "compreendido" em suas condições de atualização. Cada possível é pois o resultado de um acontecimento que produziu uma "abertura" sobre si mesmo enquanto "novo possível" e sua atualização dá lugar, em seguida a novas "aberturas" para outras possibilidades, e assim sucessivamente [...] (PIAGET, 1987, p. 52).