Piaget
[...] se o possível procede, de um lado, das vitórias obtidas sobre as resistências do real e, por outro lado, das lacunas a preencher quando uma variação imaginada conduz à suposição de outras, esse duplo processo depende da equilibração em suas formas gerais (PIAGET, 1985, p. 10).
Montangero e Maurice-Naville
[...] a equilibração resulta de duas tendências fundamentais de todo sistema cognitivo (desde os esquemas de inteligência prática até as estruturas lógicas): a de se alimentar (assimilação) e a de modificar-se para se acomodar aos elementos assimilados (acomodação). Segue-se um estabelecimento de equilíbrio progressivo entre a tendência assimiladora e a tendência acomodadora (MONTANGERO; MAURICE-NAVILLE, 1998, p. 156).
Outras referências
[...] A assimilação e a acomodação constituem dois vectores que marcam o funcionamento de qualquer processo cognitivo. A assimilação consiste na "incorporação de um elemento exterior (objeto, acontecimento, etc.) num esquema sensório-motor ou conceptual", constituindo a acomodação o processo que tem lugar quando as estruturas, que permitem a apreensão ou inteligibilidade do real, necessitam de ser reajustadas a novas exigências. Deste modo, a acomodação significa "a necessidade em que se encontra a assimilação de considerar as particularidades próprias dos elementos a assimilar [...]. Por outras palavras, o conhecimento do mundo aprofunda-se à medida que o sujeito dispõe de estruturas que permitam apreender o seu significado. Como, entretanto, só as possui se as construir, diferenciando as anteriores, elas mostram-se indissociáveis do funcionamento que as constrói, por um duplo processo de assimilação e de acomodação, que garante o equilíbrio do desenvolvimento intelectual". (LUZ, s/d, p. 194-195).