Art Nouveau

Antecedentes do Art-Nouveau


O desenvolvimento das formas e conteúdos no campo artístico, em geral, precede à sua aplicação no campo da construção. E, neste caso, não é diferente. O próprio termo Art-Nouveau é forjado para identificar um grupo belga chamado Les vingt (Les XX ou ‘Os vinte’), fundado em 1883 por artistas inconformados com a estética acadêmica. Mais tarde seus membros incluem a Henry van de Velde, a Odilon Redon e a Paul Signac.


O movimento do Simbolismo, em que se enquadra Les vingt, aparece como um novo caminho para as artes, especialmente as artes visuais – depois que estas perdem sua função social tradicional de representação de fatos e de personagens reais. Empregando signos que revelem conteúdos transcendentais às imagens representadas, exploram a subjetividade humana, o mundo dos sonhos, as realidades profundas e o inconsciente. Na pintura, o Simbolismo dá continuidade às tendências místicas da tradição romântica, e fazem parte deste grupo artistas como Gustave Moreau, Gustav Klimt, Odilon Redon e Edvard Munch. Algumas obras de Auguste Rodin também podem ser consideradas simbolistas.


A produção artística da época experimenta, ainda, o impacto da abertura do Japão ao comércio com o Ocidente, a partir de 1854, e cuja presença na Feira Universal de Paris de 1867 provoca o aparecimento do chamado “japonismo” na Europa. Objetos desta procedência passam a ser consumidos por segmentos populacionais ávidos de novidades e de exotismo, o que influenciaria os hábitos cotidianos e as estéticas artísticas.


Neste sentido, podemos citar a produção de gravuras publicitárias por Jules Chéret (1836-1933), considerado o pai do pôster moderno. Seu estilo inclui a indefectível presença de mulheres de espírito livre, as chamadas Chérettes, que contribui para difundir a visão libertária que havia na Paris de sua época. Alfons Mucha (1860-1939), ilustrador tcheco, torna-se igualmente famoso em Paris pelos cartazes que promovem os espetáculos de Sarah Bernhardt.


Outro ilustrador muito conhecido é o inglês Aubrey Beardsley (1872-1898), que, apesar dos escândalos em que se vê envolvido e da morte precoce, apresenta uma produção numerosa de desenhos, cujo traço limpo e preciso é admirado até hoje.


Ainda na Inglaterra, os Glasgow Boys, um grupo de pintores integrado por James Guthrie, John Lavery, Edward Arthur Walton, entre outros, disseminam a estética do Modern Style numa exposição em Londres, em 1890. Mais tarde, George Henry Walton, irmão do pintor, trabalhará com Mackintosh na Escola de Artes de Glasgow.


Siegfried Bing, comerciante alemão radicado na França e dedicado à importação e exportação de mercadorias, torna-se o principal distribuidor de arte japonesa na Europa. Em sua loja de em Paris, rebatizada de ‘Maison de l’Art-Nouveau’, em 1895, vende também obras de artistas e designers, como Louis Tiffany e Tolouse-Lautrec, tecidos desenhados por William Morris e outros objetos, como jóias e mobiliário.


Os papéis de parede, tapeçarias e tecidos para decoração e revestimentos produzidos por Morris & Cia, do Movimento inglês Arts & Crafts, são inspirados em passagens bíblicas, na estética medieval e na mitologia greco-romana. Sua realização mais perfeitamente acabada é a Wightwick Manor Property, construída entre 1889 e 1893. Os motivos naturais empregados nos seus interiores têm grande recepção nos arquitetos e designers do Art-Nouveau.

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