Art Nouveau

Outras Arquiteturas do período


A Arte-Nova se desenvolve no quadro do chamado ‘Modernismo’, denominação genérica utilizada para designar as correntes artísticas que acompanham positivamente o desenvolvimento econômico-industrial ocorrido no século XIX e tentam minimizar os efeitos deste no meio urbano, tornando-o mais agradável, ao mesmo tempo em que buscam uma linguagem condizente com a época.


Nas duas últimas décadas do século XIX, as propostas do Movimento Arts & Crafts ainda fomentam o chamado Gothic Revival, na Inglaterra, dentro dos princípios do Racionalismo Estrutural. Esta corrente separa a ciência de construir da emoção que o edifício deve suscitar. Ou seja, admite decoração aplicada de qualquer estilo sobre uma estrutura que utiliza os novos materiais – mais freqüentemente o aço – e é projetada a partir de princípios racionais, com vistas à industrialização. O Arts & Crafts teve grande influência na chamada Escola de Chicago e na arquitetura de Frank Lloyd Wright e, em geral, na arquitetura residencial que se constrói desde então, nos EUA.


Na segunda metade do século XIX também se desenvolvem outras arquiteturas que emulam estilos antigos, consistindo Revivalismos Historicistas de várias procedências, e, no mesmo período em que a Arte-Nova se desenvolve, ainda se constroem exemplares tardios do Ecletismo Historicista – ao gosto da École des Beaux Arts de Paris.


Por outro lado, surgem propostas mais radicais, como as de Adolf Loos, que busca um conceito definidor para a Arquitetura e para o ofício do Arquiteto. Para ele, a evolução cultural significa chegar cada vez mais à essência e, no caso da Arquitetura, esta estaria na Raumplant (planta espacial), por um lado. Por outro, na ausência de qualquer ornamentação aplicada sobre os materiais de revestimento, que dão a expressão final à obra. Loos está presente na criação do grupo da Secessão Vienense, mas acaba por tornar-se um crítico feroz dos caminhos que o movimento toma.


As vanguardas artísticas que se desenvolveram em princípios do século XX, como o Suprematismo e o Futurismo, tiveram sua repercussão nas arquiteturas visionárias do mesmo período, que projetavam um futuro em que o progresso tecnológico viria a contemplar todas as necessidades da sociedade. Para estas correntes, a expressão artística identificava-se com os novos materiais e técnicas, sem qualquer alusão romântica à natureza.


A Arquitetura Expressionista, que se desenvolve na Alemanha a partir da corrente artística de mesmo nome, toma outro rumo. De caráter individualista e subordinando-se à simbologia ou expressão estilizada da subjetividade, acaba, porém, por ceder à corrente do chamado Racionalismo Funcionalista. Esta corrente congrega, ao redor da Bauhaus, propostas arquitetônicas cujo resultado plástico é obtido a partir de justificativas funcionais. Ou seja, como produto decorrente da satisfação de determinadas necessidades espaciais, antes de consistir uma pré-figuração artística intencional.


Na França, país onde desde meados do século XIX se emprega o concreto armado, desponta o arquiteto Auguste Perret, que faz diversas experiências com este novo material. Inicialmente, explora suas características plásticas e, mais tarde, suas propriedades tectônicas. O concreto armado terá um grande papel no desenvolvimento da Arquitetura Moderna no século XX, principalmente nos emergentes países da América Latina.


O Art-Nouveau, que é capaz de instaurar uma moda urbana cosmopolita, ainda que com pequenas variações locais, dando uma dimensão ‘espiritual’ aos produtos industrializados, desaparece rapidamente no momento em que a sociedade se torna menos otimista e os recursos, menos abundantes. Ocorre, na seqüência, certa ‘migração’ do gosto em direção à geometrização das formas, que instaurará uma nova moda, a do Art-Déco, a partir de meados dos anos de 1920, e que interpretará de modo superficial e decorativo as propostas e experiências das vanguardas.

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