Na segunda metade de século XIX, ocorre na Europa a chamada Segunda Revolução Industrial, baseada na produção de energia elétrica e de aço em larga escala. Neste período se estabelecem as comunicações - telégrafo, telefonia -, e se ampliam as redes e as modalidades de transporte terrestre e aquático. As ciências e as pesquisas científicas aplicadas à indústria incrementam a produção industrial, criando um mercado de massas.
Se nesta época as cidades começam a sofrer as consequências de um crescimento populacional explosivo e não planejado e da ocupação do solo por indústrias poluidoras, por outro lado a ascensão das classes sociais burguesas criam as bases para o desenvolvimento do liberalismo e de toda uma geração de jovens dispostos a contribuir para a renovação das estruturas sociais. Nesse contexto, a ‘Arte Nova’ surge como resposta de arquitetos e designers às necessidades de expressão destas populações e de seu desejo de desenvolver um estilo de vida moderno, que inclui a sociabilidade desenvolvida em novos espaços, como cafés, restaurantes, teatros, museus, parques, hotéis e clubes culturais, sociais e esportivos.
Identificada como Art-Nouveau nos países francófonos – termo pelo qual se populariza internacionalmente –, assume diferentes nomes em diferentes locais, cujo significado de fundo é o mesmo: Modern Style na Grã-Bretanha, onde se distingue a chamada ‘Escola de Glasgow’, Modernisme na Espanha, de Sezessionstil na Áustria, Jungendstil na Alemanha, Cubismo na antiga Tchecoslováquia e Stile Floreale ou Liberty na Itália. Na Europa, as manifestações deste estilo na arquitetura ocorrem desde as duas últimas décadas do século XIX até as vésperas da Primeira Guerra Mundial, em 1914, mas suas influências nos demais continentes perduram um pouco mais.
Pelo modo rápido como se propaga, através de exposições e feiras mundiais, espetáculos, revistas e publicidade, torna-se o primeiro fenômeno claramente identificado como ‘moda’ no sentido moderno. Com o Art-Nouveau nasce, também, a sociedade de consumo e se instaura uma cultura urbana de caráter cosmopolita, com ligeiras variações locais.
Estilisticamente o Art-Nouveau tem suas origens associadas ao movimento inglês Arts & Crafts e seu conceito de ‘estética total’, à espiritualidade transcendental do Movimento do Simbolismo, às linhas fluidas da gravura japonesa tradicional (ukiyo-e) – então recém descoberta pelos europeus – e aos padrões de entrelaçamento presentes na arte celta tradicional (Celtic Knots).
O período em que este estilo se desenvolveu também é conhecido por Belle Époque, um momento de otimismo e de grande desenvolvimento material, intelectual, artístico e científico. Período que se encerra com as crises que levam à deflagração da Primeira Guerra Mundial e, por conseguinte, superando a idéia de que é possível amenizar as conseqüências sociais da industrialização apenas com a produção de bens materiais “belos”, crença que vigorava entre estes artistas e sua clientela.